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Noisey

Perguntamos pro Denov se é possível dar drift de Monza

O hit do verão é difícil saber, mas o trap do verão com certeza já está entre nós.
Foto: Divulgação

Se tivesse um bingo do trap brasileiro, ele provavelmente seria de carros, referências asiáticas, grana e óculos do Kurt Cobain. Se era preciso um hit que unisse todas essas tribos, nada tema, porque ele já está entre nós: um pouquinho antes de 2017 acabar, no dia 27 de dezembro, os paulistanos Denov e Naio lançaram o clipe de "Monza Drift", nosso próprio anime live-action de carros dando drift. Melhor, de Monzas dando drift.

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O som tá no ar há três semanas e já passou das 130 mil visualizações, acompanhando alguns outros sucessos do Denov, como "Se Essa Noite Eu Morrer, Pt. 2" e a explícita "Banquete de Rei". Mesmo assim, só de dar o play já dá pra entender porque "Monza Drift" se destaca entre as outras faixas do rapper de Ferraz de Vasconcelos, zona leste de São Paulo (sério, eu te desafio a ouvir esse som e não ficar cantando "de quebradinha cheio de onça…" pelo resto do dia). Apesar do sucesso da faixa, porém, a pergunta fundamental continuava sem resposta.

Pra entender a aerodinâmica do drift de Monza, conversamos com Denov sobre o som, sua repercussão, Sukiya, estar cheio de onça, tudo isso aí que traz felicidade pro trappeiro brasileiro. Leia o papo abaixo e faça um favor a si mesmo, não deixe de ouvir "Monza Drift".

Noisey: Primeiro de tudo, Denov, a pergunta que não quer calar. É possível mesmo dar drift de Monza?
Denov: Salve salve, Amanda! Sim, é possível dar drift de Monza. Todos sabem que Monza é tração dianteira, mas a ideia mesmo do som vem de carros adaptados para tração traseira. Eu gosto de drift, quando vi um Monza adaptado vi que poderia fazer esse som, porque não tá tão longe da nossa realidade. Aqui na minha quebrada cada esquina você vê um Monza e seria legal ouvir esse som tendo um Monza, seria um som pra minha quebrada se identificar, e outras quebradas como ela também.

O que exatamente é estar "de quebradinha cheio de onça"?
É estar na periferia, na quebrada. As onças são notas de 50 reais, simbolizando o progresso profissional na minha vida, no caso já de quem se identificar ouvindo.

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Escolhe um só: traps, carros ou Sukiya.
O trap, pois ele me trará todos os outros dois (risos).

"Monza Drift" passou dos 100k de reproduções em três semanas. De onde você acha que vem o apelo do som?
Eu e o Naio já havíamos acumulado um público, ele tem trabalhos que alcançaram patamares além na cena, e eu venho trazendo o público do trap que já vem me acompanhando. A galera é bastante fiel e sempre estão compartilhando nossos trabalhos, são de fato os melhores admiradores que nós podemos ter.

O beat de "Monza Drift" é seu? E como rolou a parceria com o NAIO?
O beat é meu sim. Eu gosto muito dessa pegada, quase todos os beats que eu faço são assim. Eu construí a letra e achei que seria um ótimo som pra cantar com o Naio, curto o flow dele e a noção que ele tem de trap.

"Monza Drift" é seu primeiro single a sair pela RedRoom Entertainment. Como rolou seu contato com o coletivo?
Foi o Naio quem me inseriu na RedRoom. Eu conheci ele pelo lançamento do meu som intitulado "Fuga parte 2". O som chegou até ele e ele curtiu demais e entrou em contato comigo. Como eu já sou fã dos trabalhos dele, a gente combinou de desenvolver projetos e daí saiu uma amizade muito forte. Cê já lançou alguns singles que fizeram um barulho no YouTube, como "Se Essa Noite Eu Morrer" e "Banquete de Rei". Você tá planejando lançar um disco ou mixtape em breve?
Pô, eu fico muito feliz com esses resultados. Não gastei um centavo com impulsionamento e, como falei anteriormente, os admiradores dos meus trabalhos tão sempre colaborando pro nosso avanço.

Eu vou lançar um álbum esse ano, vai se chamar Manual Prático. O título é inspirado num álbum do Ed Motta, mais pelo álbum em si, porque eu curto muito ele e na minha opinião ele realmente fez um manual prático naquele álbum. Eu quis colocar essa ideia no trap, porque isso é bem a cara do trap.

Vi no seu Twitter que você participou do show do Raffa Moreira no Anhangabaú e tocou "Monza Drift". Como foi a reação da galera?
Sim, participei de um show com o Raffa, fui super bem recebido pelo público. Muitos dos meus fãs são fãs dele também, a gente faz um trap bem parecido e eu curto isso, ele é muito bom no que faz.

Quando eu comecei a cantar "Monza Drift" e olhei pra galera, vi a maioria cantando. Foi um momento muito foda pra mim, vou guardar (risos).

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