Música

Dez DJs Old School Falam o que Pensam Sobre o “EDM”

Pense rápido: quais são as palavras mais bizarras no mundo da música eletrônica? “Set pré-mixado”? Nah. “DJ grávida”? Tenta de novo. A resposta certa é: “EDM”. Hoje, parece que qualquer entrevista com um DJ estimado vem acompanhada de uma grande preocupação sobre o lastimável estado da dance music comercial na América e/ou no mundo. E quem pode culpá-los? O EDM passou a ser associado à música estereotipada, à cultura de massa grosseira e seu apelo mainstream — tudo o que a cultura da música eletrônica pretendia ser contra. Até os DJs de EDM não querem mais ser DJs de EDM. Dito isso, caçamos pela internet declarações de sábios DJs abrindo o coração sobre o EDM.

10. Carl Cox

“Não acho que é uma questão de som desconhecido versus mainstream, acho que é mais cultura pop versus pessoas que realmente amam a música. Para começo de conversa, algumas dessas pessoas não fazem a menor ideia de por que estão de pé em frente a esses DJs. Não posso fazer parte deste sistema”. [Dancing Astronaut, 2014]

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9. DJ Koze

“Na América, esse tipo de rock computadorizado que eles tanto amam é totalmente desinteressante para mim. Não tem mágica nenhuma e é feito por pessoas que não curtem esse tipo de música”. [Stereogum, 2013]

8. Aphex Twin

“Não me parece [que o EDM] se conecta com nada que estou fazendo. Esse tal de Skrillex, só ouvi falar da música dele porque meus filhos escutam. Soa como se ele sacasse muito de tecnologia. Acho que tem uma pegada bem pop, né? É pop demais para mim”. [Groove Magazine, 2014]

7. Bassnectar

“Eu não tenho o menor respeito ou interesse pelo o que os DJs que fazem parte da cena EDM estão fazendo. Eles me parecem meio falsos. Tem sido difícil assistir algo tão especial para mim ser diluído e apropriado e se tornar esse tipo de carnaval sem vergonha, barato e fake. Nesse aspecto, eu odeio o EDM. Tenho receio de ele estar arruinando a autenticidade da cultura da discotecagem… Mas você não pode odiar as 30 mil pessoas que estão curtindo muito”. [THUMP, 2014]

6. Ricardo Villalobos

“Não posso condenar o EDM ou a música pop piegas se as pessoas decidiram, de forma democrática, que é isso que elas querem. Isso pertence a elas. Pessoas que têm os mesmos interesses não fazem guerras e matam uns aos outros. É difícil matar alguém quando vocês têm valores semelhantes”. [Crack Magazine, 2015]

5. John Digweed

“Se eu for tocar no palco principal, as pessoas vão querer algo que lhes é familiar e eu não posso oferecer isso. Preferia estar num lugar onde a plateia quer ouvir o que vou tocar. Não daria certo para mim tocar depois de um DJ de EDM; não tenho aquela energia na minha música, nem se eu tocar a faixa mais rápida e enérgica. [THUMP, 2014]

4. Annie Mac

“[O EDM] é bem estereotipado; as pessoas sabem que se seguirem aquela fórmula irão parar nas rádios ou descolar uma turnê. Enquanto no Reino Unido é bem mais fácil ser um pouquinho mais original se você quiser. Não estou falando que o EDM é grotesco, mas se você quer ser mais rebuscado em termos de esforços criativos, você pode fazer isso e ser ovacionado em uma plataforma mainstream”. [Insomniac, 2015]

3. Fatboy Slim

“Funciona como um material de introdução, mas não tenha dúvida: o EDM vai pro saco já já. O gênero é baseado num esquema de pirâmide de fazer dinheiro, mas assim que parar de ser lucrativo, o castelo de cartas vai cair. Queremos que sobre algo quando esta bolha estourar”. [THUMP, 2015]

2. Reid Speed

“A dance music enquanto cultura underground costumava ser um porto seguro para quem não se enquadrava no mainstream, lá estava um refúgio para a nossa esquisitice. Agora, a maior parte da dance music é composta pela galera de quem nós queríamos fugir”. [YourEDM, 2014]

1. DJ Harvey

“Você se depara com a famigerada ‘cena de música com deficiência erétil’ — pessoas chegando em naves espaciais ou com fogos de artifício para tentar melhorar o aspecto visual da coisa toda. Não consigo entender como você pode tocar um disco e pular na plateia depois”. [THUMP, 2014]

Tradução: Stefania Cannone