Dez anos e uns dias atrás, o Vegas abria no número 765 da rua Augusta para uma fila de duas mil pessoas. Era o primeiro de junho de 2005, e o sucesso de um clube que ninguém conhecia ainda resultava de uma bem sucedida campanha de hype prévio feita pelos sócios Facundo Guerra e José Tibiraça Martins, o Tibira.
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A história acabaria em abril de 2012, sete anos depois, graças a um processo de especulação imobiliária do qual o próprio clube participou, do desgaste na sua imagem e da mudança do público e perfil da noite. Nesse meio tempo, o Vegas fez história. Ajudou a consolidar a música eletrônica para além de baladas que eram fiéis a alguns nichos, levou meio mundo de gente para a putaria da Augusta e serviu de berço para muito DJ bom que anda por aí hoje.
“Era um momento da música eletrônica em que ela começava a se miscigenar e se misturar com outros estilos. Deixava de ser um vetor de formação de identidade e se transformava numa farinha, numa amálgama, que servia de base para tudo”, explica Facundo. “Esse foi o Ovo de Colombo do Vegas, um dia por semana para cada estilo de apropriação da eletrônica, desde o jazz, até o rap, rock clássico, indie e electro.”
Mas a mistura do Vegas não acabava no som. Uma das maiores marcas do lugar era o público variado e inclusivo. Ombro a ombro, dançavam juntos boys, patricinhas, clubbers, modernosos, gente da moda, famosos, manos, roqueiros, travestis, putas, ricos e a turma trabalhadora da madrugada na Augusta. A galera que atravessava as portas douradas, entrava junto com os neons da rua e se via num espaço de liberdade total. “Ali era nossa verdadeira sin city“, conta o DJ Fabio Spavieri.
O próprio nome do clube emulava a cidade americana da perdição. Quando discutiam como se chamaria a casa, uma das primeiras ideias era Dallas, mas Tibira não via muita identificação com a proposta e pensou em Las Vegas. No fim, ficou Vegas. A partir daí, todo o projeto arquitetônico e de decoração seguiu o tema.
Além das luzes, paredes, balcões e uniformes da equipe, no começo as pessoas piraram mesmo nas fichas de pôker. Ao contrário da comanda de papel em voga na época, no bar do Vegas as peças do jogo compravam os drinks — e a diversão. “A galera chegava e jogava as fichas, faziam piada, se sentiam num cassino mesmo”, lembra Fabio Dias.
Primeiro chefe de bar, Fabio começou a trabalhar no Vegas seis meses antes da abertura, ainda durante as obras, e continuou por mais dois anos. “Mas essas fichas eram um inferno de logística, nunca dava para fechar a conta direito porque a galera levava embora, então o quanto vendíamos e quanto era consumido não batia”, diz.
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“A gente levava mesmo. Há até quem diga que o maior prejuízo da casa era ter que mandar fazer novas fichas, que eram caríssimas”, brinca Jackson Araújo, DJ e promoter que armou festas por ali durante todo 2005. Elton Bergamo, eterno host do Vegas, via outra vantagem nas fichas: “Dava para sair à francesa, sem fila para pagar. Lá tinha um clima sexy, então as pessoas podiam se pegar e sair rapidinho, sem dar satisfação para ninguém”.
O verdadeiro sucesso da noite, no entanto, era outro. Alguns abençoados, amigos e personas influentes em geral ganhavam uma fichona de dealer — também uma peça do pôker. Tipo um passe VIP eterno. Permitia entrar junto com um acompanhante na faixa e dar aquele pulo sagaz para a frente da fila. Uma assinatura da galera certa e um fetiche para quem não as tinha. “As pessoas queriam tanto isso que chegavam a comprar um kit de pôker só para usar essa ficha e tentar entrar grátis. Não funcionava, claro, a gente conhecia todos os dealers”, afirma Naira Chibbi, frequentadora assídua do Vegas e que “só não trabalhou na limpeza e na segurança lá.”
Era um momento da música eletrônica em que ela começava a se miscigenar e se misturar com outros estilos. Deixava de ser um vetor de formação de identidade e se transformava numa farinha, numa amálgama, que servia de base para tudo.
“Esse lance do dealer mostra como eles sabiam trabalhar para manter o povo bacana como habitué”, diz Spavieri. Foi justo essa proposta de cativar as pessoas certas, os formadores de opinião, que garantiu o sucesso inicial do clube. Tibira por si só já era uma figura conhecida da noite, mas para fortalecer a antecipação frente à novidade, Facundo espalhava polaroids e mais polaroids por aí. “Umas duzentas por dia”, conta ele. Tipo um Instagram pré-Instagram.
A máquina de fotos instânteneas tinha sido descontinuada, e as lojas de fotografia da cidade vendiam os filmes de baciada. Foi a deixa para os sócios comprarem milhares deles e entregarem para todos que trabalhavam na obra, dos engenheiros à galera que só colava para dar palpite. Depois, as imagens foram distribuídas em locais como cafés, livrarias e os bares e padarias ao redor da MTV com uma só mensagem: “Vegas. Augusta 756. 01/06”.
Deu certão. Como só cabiam 500 pessoas dentro do clube, o próprio Facundo acabou de fora nessa noite e viu o monstro nascer de longe. A grana dos sócios tinha esgotado meses antes da abertura, então nesse primeiro dia o som foi alugado e, pior, não tinha ar-condicionado. “As paredes suavam, mas ninguém estava nem aí, todo mundo curtia”, conta Fabio Dias.
A maré virou muito rápido: em um mês a casa já era climatizada e em dois todo o investimento foi recuperado. “A gente sabia que ia dar certo, mas não tão rápido”, diz Facundo. Para ele, o Vegas deu sorte de acertar o local com o momento histórico da cidade. “Era uma questão de tempo para que a classe média voltasse os olhos para lá.”
Nova Augusta
Maldita até meados dos 2000, a Augusta era preenchida por botecos de cerveja barata, drogas ruins, puteiros meio abandonados e clubes que tocavam um tipo só de música, como a Outs (principal casa da onda indie rock garagem da época) e o Sarajevo (que focava no dub/reggae e black music no geral). Em uma época em que as opções de diversão da cidade não eram tantas e rolava uma ressaca de bairros como a Vila Madalena e a Vila Olímpia, de repente colar no Centro era a opção certa que ninguém tinha se dado conta.
E assim um povo que nunca tinha posto os pés nessa região da cidade começou a ficar curioso com a nova casa frequentada por tanta gente legal e influente. No começo, estacionavam o carro no hotel da frente e atravessavam a rua correndo para a fila, onde um segurança dava o ar de tranquilidade. De certa forma, uma ironia: a política do Vegas permitia que os trabalhadores da rua entrassem de graça para curtir depois da cinco, então acabava todo mundo junto lá dentro.
Rolava, inclusive, uma pulseirinha para galera acessar o puteiro vizinho, o Casarão. Isso fortalecia um sentimento de desbravar um local antes desconhecido. “Várias amigas vinham e ficavam muito animadas para ir lá, brincavam que nunca tinham ido a um e queriam conhecer. Outros curtiam só com a ideia de poderem ir, mas nem chegavam a tanto”, lembra Naira.
“O espaço permitiu uma integração maior entre os DJs eletrônicos de formação clássica com os focados em rock e outros estilos.”
A integração com os vizinhos era tamanha que a comemoração de um ano do clube aconteceria na rua e em várias das casas de tolerância ao lado. Mas não aconteceu. Antes, o então subprefeito da Sé, o lindão Andrea Matarazzo, mandou fechar tudo sob alegação de falta de avará. Ele acabou com a festa naquele dia, mas ela rolou em todos os outros.
As festas
Neverland, Rockfellas, Strip Poker, Chocolate, Tranqueira, Frisson, Oldschool Friends, Caravana da Coragem, Discology e Madchester foram algumas das noites que marcaram o Vegas, além de outras dezenas cuja ausência aqui fará vocês ficarem putos e reclamarem muito nos comentários.
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Apesar de serem em sua maioria temáticas, elas abriam espaço para experimentação e mistura. “Lá era uma balaiada de tudo, uma salada musical coesa que agradava. Apesar de muitos DJs tocarem um estilo segmentado, quando a mão coçava dava para dar uma variada e a pista curtia, era um lance bem freestyle”, conta Alexandre Bezzi, DJ imortalizado na canção do CSS — e não, ele não pegou nenhuma delas no Vegas.
Bezzi conta que o clube foi um espaço onde muita gente que não era tão técnica pôde experimentar e assumir as picapes pelas primeira vez. “Havia um medo da galera foda que comia os vinis, extremamente virtuosos na discotecagem, mas de repente no Vegas um monte de gente começou a subir e mandar ver segurando a onda mais com uma seleção excelente de músicas, sem entender tanto de mixagem”, diz.
Além disso, o espaço permitiu uma integração maior entre os DJs eletrônicos de formação clássica com os focados em rock e outros estilos. “Quando comecei a tocar, em 99, na Torre do Dr. Zero, a gente tinha um respeito pelos DJs das antigas, mas não se envolvia. O Vegas quebrou isso e uniu todo mundo”, explica ele, que se aproximou de gente como Camilo Rocha, Claudia Assef e Magal no clube.
Apesar da variedade, se houve uma festa que sintetizou a loucura do Vegas, esta foi a Hell’s Club. After hours nascido na década de 90 e renascido no clube, a loucura organizada pelo produtor Pil Marques trouxe o desbunde e o sentimento de família das boates clássicas para os anos 2000, e o casamento foi perfeito. A partir das 5h da manhã de domingo, começava a chegar gente de outras baladas para continuar curtindo, assim como gente de banho tomado para começar a curtir.
“O Hell’s era demais. Eu que não sou chegada em música eletrônica ficava esperando a hora de acabar meu turno para pegar um cartãozinho de consumação e ir lá dançar”, conta Isadora Sampaio, que trabalhou no bar entre 2008 e 2009. A festa juntava uns tipos clássicos. Um deles era um senhor de idade com uma dancinha indefectível, o Dusan. Ele batia ponto todo sábado para domingo, volta e meia subia no palco e, se a galera desse sorte, ainda tirava a camisa.
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Outra, mais rara, era uma senhora que parecia uma bruxa. “Imagina: ela era baixinha, bem gorda, vestia saia de tule preto e tinha cabelo grisalho meio que penteado ao contrário e um narigão com uma verruga na ponta”, lembra Naira. “Dava medo. Ela não falava nada, só chegava com o rosto bem perto e ficava encarando. Uma vez, um amigo tentou puxar papo com ela, mas a velha só encarava, não respondia nada.”
Ela diz que essa mulher distribuia uns folhetos com mensagens new age sobre danças e artes. O problema é que o texto mudava de idioma no meio e terminava indecifrável. “O pior foi um dia que era festa a fantasia e eu fui de Branca de Neve. Todo mundo achava que a gente estava de duplinha e elogiava a fantasia dela.”
O Espaço
O clube crescia para baixo. A entrada era o térreo e o maior espaço, onde ficavam o palco para as bandas e o grande bar em formato de S, que cortava quase todo o piso. O andar de baixo era um inferninho apertado, que causou frisson entre 2009 e 2010 quando recebeu uma iluminação de LED em todo o teto. Por último, escondido por duas portas e um corredor, um bar menor, com cadeiras de praias, jukebox, teto de vidro e uma mangueira gigante — segundo o Google Earth, a árvore continua lá.
Ali foi instalado o fumódromo depois da proibição de fumar em espaços fechados, em 2009. Antes, no entanto, era quase um segredo. “Eu converso com um monte de gente sobre essa época e ninguém conhecia esse espaço”, conta Isadora. Inusitado, o lugar tinha um laguinho para peixe nos primeiros dias do clube. “Mas não durou nada né, claro que o povo batia cinza de cigarro nos bichinhos. No fim da primeira noite já tinha peixe boiando”, lembra Fabio Dias.
Família Vegas
O sentimento do clube, enfim, era de uma família. Ninguém se importava de ir sozinho até lá porque encontrar um conhecido era certeza. E, quando isso não ocorria, as pessoas estavam tão desarmadas e abertas que ficava fácil começar uma amizade nova. O clima amigável já vinha da porta, em geral comandada pelo Elton.
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“Eu sempre tratava todo mundo bem, sabia que se a experiência das pessoas começasse mal eles levariam para dentro. Mas é claro que tinha uma ou outra exceção”, afirma ele. “Volta e meia aparecia alguém que conhecia o ‘Fagundo’ ou o ‘Timbira’ e um dos dois sempre estava do meu lado.”
A maior folga de todas Elton não esquece. Em uma noite com uma fila especialmente grande, uma mina começou a gritar que era ‘sobrinha do Diego Mainardi’. “Eu falei ‘Oi? Quem?’ E a menina ficou puta, quis reclamar, saber quem eu era. Mas ela tava com a cara suja e eu só falei ‘Olha para você menina, olha como você tá!’ A fila inteira começou a rir dela”, ele se diverte ao lembrar. “Depois até fiquei com pena dela, tadinha.”
“O Vegas era a casa de todo mundo”, diz Renata Bastos, que também trabalhou como hostess e se apresentava no pole dance ou no balcão do bar nas festas Strip Poker. Essa era outra atração da casa: sempre tinha alguém fazendo um show, fossem meninas de cinta-liga ou roupa de marinheiros, fossem bêbados mais animados.
Um dia, no entanto, deu ruim para a Renata. Na hora de criar o visu de uma das apresentações, ela decidiu pintar o corpo. No poste, sentiu uma quentura além da conta, mas achou que era o calor normal da casa. Quando desceu e foi trocar de roupa, percebeu as partes sem tinta irritadíssimas.
“Eu tive uma alergia gigante, queimadura mesmo. Mas o pessoal super cuidou de mim, o Facundo me encaminhou para os melhores dermatologistas”, conta. “Tinha 23 ou 24 anos e poderia ter ficado super marcada, mas ficou tudo bem. Quer dizer, tinha essa preocupação com os amigos que frequentavam, mesmo os seguranças eram cuidadosos e colavam a galera muito bêbada no taxi bonitinhos.”
O início do fim
Mas as coisas começaram a mudar na virada dos anos 2010. O Facebook se popularizou no Brasil, era mais fácil saber o que acontecia pela cidade, o público ficou mais novo e as opções de diversão noturna se diversificaram — inclusive com novas casas dos próprios donos do Vegas. A pista já não era mais a mesma e as pessoas também não.
“Antes você conhecia a pista inteira e, de repente você olhava ao redor e não tinha mais ninguém”, afirma Rodrigo Bento, hoje DJ e produtor da Pilantragi e que começou a trabalhar na noite como host do Vegas. “Todo mundo saía de casa para encontrar com os amigos e dançar, ninguém ficava fazendo selfie ou vivendo a experiência a distância. O que acontecia na noite ficava na noite, vivenciado por quem estava lá e, depois, já não era mais assim”, explica Jackson.
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Para Facundo, com o fortalecimento das redes sociais “o clube passou a ser menos sobre a música e mais sobre quem vai ou deixa de ir”. Ao longo de sua história, o Vegas recebeu milhares de DJs, mais de 500 atrações gringas e estreou gente como Tiê, Hero Zero, Márcio Vermelho, Bruno Belluomini e inúmeros outros.
Também foi um espaço onde se pôde tocar ao lado de ídolos, como Bezzi ao abrir para Tim Taylor, e Jackson, para Daniel Hunt, do Ladytron. Além disso passaram por lá boa parte da turma da DFA, incluindo o manda chuva James Murphy, o Carl Craig, o pessoal da Ed Banger, o Hercules & Love Affair — cada um que pôs os pés lá dentro fez uma apresentação inesquecível.
“Todo mundo saía de casa para encontrar com os amigos e dançar, ninguém ficava fazendo selfie. O que acontecia na noite ficava na noite, vivenciado por quem estava lá e, depois, já não era mais assim.”
Enfim, em abril de 2012, Facundo recebeu da dona do imóvel onde ficava o Vegas a notícia de que uma construtora queria comprá-lo para levantar um espigão. Os sócios haviam se desentendido e Tibira estava afastado da gerência. Para manter o clube, seria preciso desembolsar R$ 2,5 milhões. “Tinha uma narrativa bonita com um começo e meio, e o argumento do imóvel foi o que precisávamos para dar o fim”, explica ele.
“Poderia ter mantido o Vegas como uma vaca caixeira, mas não fazia sentido. Tinha sido muito importante na minha vida e na de muita gente para continuar assim.”
Facundo conta que a última vez que entrou no Vegas, a pista ainda estava cheia, seis meses antes do clube fechar. Frente a proposta da proprietária, encerrou as atividades sem avisar ninguém. A última festa foi num sábado, 14 de abril de 2012, e os últimos a saírem não imaginavam que os neons não se acenderiam mais.
Tão forte como a rapidez com que o clube acabou foi a reação do público à notícia: chegou aos trending topics do Twitter no Brasil. “Mas era engraçado, todo mundo que chorava o fim nas redes sociais já não frequentava o Vegas fazia uns anos”, lembra Bezzi. Prova da marca que o inferninho deixou em seu público.
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“É difícil encontrar hoje aquela alegria tão forte como tinha lá. Parece que as coisas ficaram meio caretas”, diz Renata Bastos. Jackson, por sua vez, sintetiza o clima do clube: “Além do ambiente inspirador, da decoração, o atendimento exemplar foi o grande diferencial do Vegas. Banheiros sempre limpos, bebidas sempre geladas, seguranças educados, equipamentos funcionando, cachê em dia. Tudo perfeito.”
Mas talvez o resumo do buraco que o fechamento do clube causou nos frequentadores seja o da fotógrafa Cuca Pimentel, que descobriu a profissão no Vegas quando ainda se arriscava como DJ. Moradora da vizinhança, Cuca sempre passava nas portas fechadas do número 765. Um dia, elas estavam abertas.
“Foi aí que notei o tumulto e vi pedreiros com carrinhos de mão cheios de tijolos, entulhos, sei lá. Não aguentei. Chorei. Doeu. Fiquei bem triste porque foi como se estivessem tirando nossas memórias dali. Tudo que vivemos. Foi foda. Todo mundo ficou orfão quando o Vegas fechou.”
O prédio nunca foi construído. O imóvel hoje está fechado.
Nota da edição: Depois de publicada a matéria, fomos informados que o espaço onde funcionou o Vegas Club ainda hoje é alugado para festas.
O Vegas ainda existe no Facebook.