Sentimos o Tremor no sítio mais incrível do Planeta

O Tremor é um festival rodeado de beleza por todos os lados. Por um lado, a beleza natural que assalta a vista e desarma. Por outro, a beleza de quem faz questão de fazer um festival assim. E dos outros, daqueles que chegam à ilha de São Miguel vindos de toda a parte, para partilharem um acontecimento arrebatador. Sei-o agora.

Nestes dias, Ponta Delgada jorra artistas e bandas pelas ruas, fervilha de vida e entusiasmo como fervilha a água das Furnas, da Poça da Dona Beija, ou das Termas da Ferraria, onde estivemos de molho para assistir a um concerto secreto. Não se consegue desligar o Tremor da circunstância de estarmos num dos mais maravilhosos locais do planeta. 

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A cada passeio, sai-se do carro e fica-se ali entre o egoísmo primário de querer tudo só para nós, inebriados numa espécie de paraíso pré-histórico e, em simultâneo, a desejar que um dia todos vejam o que está à nossa frente e dizer literalmente a todo o Mundo: olhem-me-só-para-isto.

Todas as imagens neste artigo são da autoria de Nuno Gervásio.

Não me lembro de ter estado num sítio assim, onde nunca me apetecesse fotografar. A paisagem em estado puro é impossível de prender, ou capturar numa máquina. Apenas funciona a olho nu e, depois, como memória encandescente. O cenário quase nos rebenta os olhos. O vento puxa-nos as lágrimas e sorrimos. Nada é menos que incomensurável. Esmagador. Desmedido. Gigante. Avassalador.

Talvez por isso, em vez de fotografias, faça mais sentido partilhar estes vídeos (abaixo) de 1 segundo que permanecem em loop. No fundo, os Boomerangs são um pouco como a experiência Tremor: quase todos instantes únicos, que ficam para sempre. Pequenas réplicas, num festival autêntico, que atingiu certamente os 8.3 na Escala de Richter.

E porque foi pela arte e pela música que estive em São Miguel, em última análise esta aventura resume-se a isto: é a música que une e reúne as pessoa. São as pessoas que dão corpo e movimento à música. Só assim faz sentido. Já valeu a pena escrever este texto, se pelo menos dois de vocês que o estão a ler, tiverem pensado: para-o-ano-estou-lá!

Até ao #TREMOR2016 tinha 20 viagens de sonho. Menos uma, nos Açores.

AÇORES

Há um Tremor que todos os anos abana São Miguel.

STURLE DAGSLAND

Da Noruega, com um nome tão impronunciável como a sua música.

MODERNOS

Pontapé de saída no Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada.

ZECA MEDEIROS

Como fazer corar a Igreja do Colégio.

ALEK & LES JAPONAISES

Provavelmente a banda mais divertida do Mundo.

PAUS

Coliseu Micaelense a vir abaixo.

EQUATIONS

Rodeados de psicadelismo por todos os lados.

DAN DEACON

O universo alucinado de Deacon, no Coliseu Micaelense.

PÚBLICO

Uma imagem de público só possível no Tremor.

A ILHA

Lagoa do Fogo (com Inês Meneses).

ADEUS. ATÉ JÁ.

Para o ano dêem lá um saltinho. Eu já voltei mais ainda lá estou.

Nuno Gervásio é criativo, autor de conteúdos web e mobile photographer. É também programador e apresentador do Shortcutz Lisboa. Podes ver mais do trabalho que faz com o seu smartphone no instagram @nunogervasio ou aqui.