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Música

Adeus Bobby Womack

Descanse em paz, lenda do soul.

A lenda do soul Bobby Womack morreu aos 70 anos nesta sexta (27). Um representante do selo atual do cantor, XL Recordings, confirmou a notícia, mas não noticiou a causa da morte. Nos últimos anos, Womack teve que lidar com problemas de saúde que incluíram câncer no cólon e pneumonia, e no último ano ele anunciou que estava passando pelos primeiros estágios do mal de Alzheimer.

Um artista dedicado que encontrou o sucesso cedo, após chamar a atenção de Sam Cooke, Womack teve uma carreira que se estendeu por décadas e incluiu um número enorme de colaborações artísticas. Com seu grupo, The Valentinos, ele compôs e gravou “It’s All Over Now”, que logo se tornaria o primeiro hit número um dos Rolling Stones no Reino Unido. Ele também se deu bem com álbums como a trilha sonora do filme A Máfia Nunca Perdoa e The Poet, disco que conta com seu maior hit, “If You Think You’re Lonely Now”. Ele foi incluído no Rock ‘n’ Roll Hall of Fame em 2009. Depois de quase duas décadas sem gravar material inédito, em 2012 ele lançou o batuta The Bravest Man in the Universe. Produzido por Damon albarn e lançado pela XL, o disco ajudou a ressuscitar a carreira de Womack. Ele trabalhava em um novo álbum, esperado para 2014.

Depois de assistir a uma apresentação de Womack no fim de 2013 em Nova York, Jeff Rosenthal, do Noisey, descreveu o show com admiração:

E a gente diz que ele “ainda” manda bem. Talvez essa seja apenas a maneira mais fácil de explicar a sua resistência, a maneira como ele bate o pé bom no chão e grita “sua vez!” no fim de algumas músicas, sabendo bem porque o resto do salão permanece escuro. Ele caminha pelo palco em um terno de couro tão vermelho que parece feito de plástico, dando petelecos no chapéu e jogando as mãos ao céu, gritando “nossa, é tão bom, eu só quero, ãhn, quero, ãhn, quero mais uma vez!”. Ele canta “Mercy Mercy Me”, “California Dreamin’”, “Land of 1.000 Dances”, todas como interlúdios, misturando com “You’re Welcome, Stop On By” and “I Wish He Didn’t Trust Me So Much” simplesmente porque ele esta se divertindo muito, é a primeira vez que ele se apresenta em Nova York em uma década. Um sorriso corta o rosto, metade dele escondido pelos óculos escuros. Ele arrasta as notas mais altas o quanto pode, como um tratod numa competição de arrancadas transmitidas aos domingos pela manhã na ESPN. E mesmo que ele pare para sentar uma vez ou outra, tudo parece sem esforço, como se estivesse numa tarde qualquer descascando laranjas na varanda de casa.

Descanse em paz, Bobby Womack. Você fará falta.