Este artigo foi originalmente publicado na VICE Espanha.
Os metaleiros são, provavelmente, uma das últimas tribos urbanas que sobrevivem em Espanha. Numa época em que os limites musicais são cada vez menos claros e em que os adolescentes já não se sentem atraídos pelas identidades colectivas que antes representavam o resto das subculturas que povoavam as cidades (punks, skins, mods, rockers, rappers…), a resistência humanista dos metaleiros é louvável.
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Pessoas que permanecem fiéis aos seus princípios éticos e estéticos: roupas pretas, casacos com patches, pulseiras com picos, guitarras afiadas, duras e pesadas e, claro, juba comprida.
Independentemente do lugar, do momento ou da época do ano, independentemente das modas e dos artistas da actualidade, os “heavies” [como são chamados em Espanha] seguem a sua própria peregrinação de concerto em concerto, de festival em festival, para continuarem a viver os seus rituais particulares com a mesma intensidade de sempre, seja a verem pela enésima vez a actuação de um grupo mítico ou a aproveitar as novas promessas da cena metal.
E ao contrário de outras subculturas, que foram absorvidas, canibalizadas ou reduzidas à marginalidade, em todos esses concertos uma boa parte do público é jovem. O metal ainda é nutrido pelas novas gerações de acólitos que vão a cada evento levantar os punhos e partir o pescoço a fazer headbanging, como se nada tivesse mudado nos últimos 50 anos.
E isso acontece porque, é certamente, para os metaleiros nada mudou, ou pelo menos não muito. Eles continuam a reconhecer-se nos mesmos códigos, continuam a sentir-se parte do mesmo cosmos e, por isso, encontram-se, entendem-se e partilham algo que é seu e que não pretendem deixar morrer. Viva o jovem heavy metal.
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