Música

Quem são, como vivem e do que se alimentam os fãs do Alok?

Uma coisa que a internet sabe mas não aprende é que gosto não se discute. Por isso, a minha surpresa foi nula quando vi que o lineup do Tomorrowland Brasil 2016 tinha um alvo específico de chacota por parte dos frequentadores do festival: o DJ brasiliense Alok.

Não dá pra negar que o cara é meio que o Ken Humano da música eletrônica. Bonitão, ele investe pesado em redes sociais e marketing pessoal, contando com um total de mais de 50 pessoas e 4 empresários no seu “time”. Quase como uma boyband de um homem só. Não à toa o homem arrebanha uma legião de jovens cada vez mais impressionados com 1) seu sucesso nas redes 2) seus sets empolgadaços (ainda que pouco inventivos) ao longo do Brasil.

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Mas todo o ódio direcionado ao Alok (que rendeu até plaquinhas de #ForaAlok no festival) se deve ao fato de o DJ ter supostamente abandonado um passado “underground” — seus pais, os DJs Swarup e Ekanta Jake, são pioneiros do psytrance e fundadores do festival Universo Paralello — e partido para um lado mais mainstream da eletrônica.

De fato, o primeiro set que eu vi do Alok — na quinta-feira (21), primeiro dia de Tomorrowland, no main stage — se baseava em remixes bem EDM de hits do rock e pop, como a inconfundível “Seven Nation Army”, do White Stripes. No último set do cara (ele tocou também no palco da piscina), na tenda, a minha impressão é que, sem a pressão do palco principal, ele deixou as coisas mais pesadas e graves — o palco, afinal, levava o nome de “Alok presents Brazilian Bass”.

Por bem ou por mal, o negócio é que o DJ já virou muitas cabeças desde que começou a tocar sozinho, há quase seis anos. Apesar do deboche por parte do people of Tomorrowland, ele foi eleito o melhor DJ do Brasil pela revista House Mag em 2014 e seus posts no Instagram e Facebook recebem milhares de reações e curtidas. Então, afinal, quem são os fãs do Alok? Onde vivem? Do que se alimentam?

Branquelos obcecados por funk que somos, nós aqui do THUMP passamos mais tempo entendendo o baile funk como música eletrônica do que ouvindo os sets dos medalhões do EDM. Finalmente, fomos atrás dos admiradores do Alok e perguntamos o que eles curtem no DJ mais amado e odiado do Brasil.

Renata, São Paulo, 26 anos, tecnóloga em logística.

Todas as fotos por Lucas Jacinto / 100Flash.

Você veio ao Tomorrowland ano passado?
Sim, é a segunda vez que venho.

Você viu o show do Alok no Tomorrowland 2015?
Eu não o conhecia até ano passado mas eu já vi vários shows dele e acho ele foda, acho que ele melhorou muito.

Como você conheceu o Alok?
Eu fui pra Balneário Camboriú no ano novo e ele tocou lá. Eu já tava empolgada pro show, a gente ficou até num camarote, mas depois do show eu vi que o cara é foda. Aí eu comecei a seguir ele no Instagram, ele realmente investe no Instagram e Snapchat, e acho animal ele tocar no mainstage.


André Felipe, 18, estudante de Psicologia, e Luiz Felipe, 18, estudante de Engenharia Civil, de Goiânia.

Vocês já viram shows do Alok antes?
Muitas vezes. Ele deu a bandeira pra gente. Nós temos foto com ele, já conversamos com ele.

Como vocês o conheceram?
Ele tocou lá em Goiânia, na festa Happy Holi.

Vocês vieram ano passado no Tomorrowland também?
Sim. Foi quando conhecemos ele e ele deu as bandeiras.

Vocês vão vê-lo amanhã também?
Com certeza!


Mariana, 20, São Bernardo do Campo, estudante de Administração

Como você conheceu o Alok?
Ele foi tocar numa festa da minha faculdade, a MacBixos. Uma das minhas amigas tinha estudado com ele, aí conheci ele, e ele é muito gente boa. Isso foi em 2013, eu já gostava dele mas não que nem agora, mas não era fã dele. Mas agora eu olho e falo: caramba, o cara tá aqui, ele é foda, eu já conheci ele, já bebi com ele.

Você veio ao Tomorrowland no ano passado?
Não, eu não ligava tanto. Mas aí me disseram que era muito bom, e eu quis vir esse ano, e tô curtindo muito.


Natália, 24, estudante de Direito do Rio de Janeiro; Guilherme, 23, estudante de Administração de Salvador.

Você já viu outros shows do Alok?
Natália: Eu vi cinco shows dele em dois meses. Eu fui pra Búzios pra ver ele.

Vocês viram os outros shows dele aqui?
Vimos ontem, hoje cedo não.

Como vocês conheceram ele?
Guilherme: Ele deu uma despontada no cenário faz uns três anos, teve ele e mais alguns nomes revolucionando a cena, saindo um pouco do house com uma pegada mais underground, misturando umas coisas mais antigas e subvertendo o que a gente conhecia como música eletrônica naquela época. Hoje em dia, a nossa geração renovou a cena de música eletrônica graças a ele e outros nomes.
Natália: Eu escutei em uma festa, aí perguntei pra uns amigos quem era e eles falaram do Alok. Eu gosto desse som mais grave, adoro muito.


Isabela, 18, São Paulo, estudante de Engenharia Civil.

Como você conheceu o Alok?
Por uma amiga minha, faz mais ou menos um ano.

E você já o viu tocar antes?
Já, várias vezes. Na Laroc e na Anzu.

E o que você curte nele?
Ele toca muito e ele é muito lindo!


Lucas, 24, Natal, engenheiro.

Como você conheceu o Alok?
Quando ele tocou na Happy Holi em Natal.

O que você curte nele?
Ah, o feeling é bom, né?


Jéssica, 21, Luana, 22; estudantes de Medicina, Rafaela, 23, estudante de Direito, Beatriz, 25, engenheira de Produção, de João Pessoa.

Vocês são fãs do Alok?
Totalmente. Muito fãs.
Rafaela: Ele é o amor da minha vida!

Quando vocês conheceram ele?
Em uma festa que ele tocou lá em Recife, depois vimos em Natal também.

Vocês viram o show dele ontem?
Vimos! Curtimos muito.
Jéssica: Mas o de hoje tá mais legal, ele tá mais solto.


Christian, 19 anos, Belo Horizonte, estudante de Educação Física.

Você já viu outros shows do Alok?
Sim, ele já tocou muitas vezes em BH.

O que você curte nele?
Curto muito o som que ele toca, com uma pegada mais retrô.


Débora, 24, São Paulo, engenheira de materiais.

Como você conheceu o Alok?
Há uns cinco, seis anos, eu conheci ele no começo do Tomorrowland na Bélgica, uma amiga minha de Amsterdã falou dele, aí comecei a seguir ele no Instagram e no Facebook.

Você já viu outros shows dele?
Sim, eu gosto muito dele, ele é muito bom.

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