Arrastão é o som grave da quebrada. É assim que o produtor carioca Antonio Antmaper aka Omulu define a pegada do selo que acaba de lançar. O lance, conta ele, é disponibilizar uma música por semana e quando chegar na décima faixa fechar um EP a ser lançado no iTunes.
O gênero do selo é um só, o funk, porém o batidão aqui se manifesta de formas possíveis e impossíveis. Culpa dessa galera joia, em sua maioria sub-20, que tem trazido diversas e inusitadas influências para o gênero que há uma década (ou um pouquinho mais) domina os centros urbanos brasileiros. “Pesquisando músicas pro meu DJ set, percebi que tinham vários produtores experimentando e produzindo coisas novas e com qualidade”, diz Omulu.
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Vindos do Rio, São Paulo e Espírito Santo, o Arrastão são sete produtores: André Mendes, DJ Douglinhas, DJ Rodriguinho, DJ Sydney, DJ R7 (que criou os beats que a galera usa no “Passinho do Romano”), Felipe Único, Mibi e Victor Falcão.
O primeiro som dessa seara vem do Rio de Janeiro. DJ Sydney, na real, deixou seu Ceará e foi para capital fluminense com uma vontade: emplacar um som na rádio FM O Dia. E foi fazendo versões de sons gringos, como remix da Katy Perry, que ele conseguiu chegar lá. Omulu, por sua vez, conheceu a música do Sydney por acaso. “Ouvi um carro de som que parou na frente da minha casa e no final da música rolava a vinheta do funkneurotico.net – e fui conferir”, relembra.
Esse aqui é um dos sons do Sydney que o Omulu manda no seu set:
O cara de 24 anos que ganha a vida trabalhando em um restaurante curte Tiësto e Martin Garix. “O Sydney codifica essa linguagem EDM em funk e deixa melhor”, conta Omulu. No player lá em cima você saca “No Som da Percussão”, estreia rebolante do Arrastão. Eita porra!
No final da empreitada dos singles, o Arrastão vai sair em vinil de sete polegadas. Quem viver, ouvirá. “O funk de maneira espontânea está criando uma identidade nacional contemporânea”, filosofa Omulu. Pelo sim pelo não, sobe o som, ô.
Curte aqui o funk do Arrastão:
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