Essa matéria foi atualizada às 11:33 do dia 19 de agosto.
Hoje é dia de encher a cara na festinha do Thiago Pereira. Dia de zoar no postinho. Dia de perder dinheiro. Dia de mentir pra polícia que foi assaltado. A madrugada de domingo (14) foi um grande dia de maldade para os quatro nadadores norte-americanos — o medalhista olímpico Ryan Lochte, James Feigen, Gunnar Bentz e Jack Conger. Segundo Lochte, ele e os colegas foram assaltados por homens vestidos de policiais após sair de uma festa na Lagoa, Zona Sul do Rio. Só que pouquíssimos dias depois do suposto fato, que causou comoção internacional e vira-latismo nacional, a polícia descobriu que os atletas estavam tentando acobertar um rastro de chorume deixado por eles após a balada.
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Ryan Lochte relatou que o táxi que levava ele e os três atletas até a Vila Olímpica quando foi abordado por homens armados que renderam os quatro e levaram dinheiro e pertences pessoais. Os homens, segundo Lochte, se identificaram como policiais. Um caso bem parecido com o que aconteceu com o lutador de jiu-jitsu da Nova Zelândia logo no começo do evento. O medalhista disse que se recusou a deitar no chão e recebeu um cano apontado na testa em resposta. Ele levantou as mãos e perdeu a carteira. As credenciais olímpicas e o celular não foram levados.
O Comitê Olímpico dos EUA afirmou que todos os atletas estavam colaborando com as autoridades. No dia seguinte (15) Lochte voltou sem carteira pros EUA. Feigen, Bentz e Conger voltariam no dia 17, quarta-feira. No depoimento para a Polícia Civil carioca, os nadadores disseram estar tão bêbados que não se lembram nem do táxi que pegaram para voltar. Todos.
Até que a casa caiu. E caiu daquele jeitinho. Os fragmentos do dia de maldade dos meninos logo foram aparecendo na imprensa. As imagens divulgadas pelo Daily Mail (veículo mais presente do que os Zubats no Pokémon Go) mostram o grupo chegando na Vila Olímpica às 7 da manhã com uma cara bastante tranquila para quem teria sido rendido e assaltado por policiais. O depoimento deles também começou a peidar legal, já que os nadadores disseram ter saído da festa às 4 horas da manhã, mas as câmeras de segurança da festa mostraram os rostinhos corados de álcool dos gringos saindo do recinto às 5h45. Vish.
Aí o negócio complicou e deu na cara que os gringos estavam é escondendo alguma chinelagem. A justiça brasileira pediu a retenção do passaporte de Lochte (que já havia voltado pros EUA) e de Feigen ao perceber as graves contradições nos depoimentos. Os investigadores do caso já começam a suspeitar que houve mesmo falsa comunicação de crime por parte dos atletas.
Na quarta-feira, com a merda já ricocheteando no ventilador ligado pelos próprios nadadores, Lochte deu detalhes diferentes do assalto. Segundo o nadador, ele foi abordado em um posto de gasolina em que pararam depois da festa. Saíram do banheiro e já tinha uma arma apontada para eles. Nesse meio tempo, Bentz e Conger foram impedidos de embarcar de volta aos EUA e encaminhados para a delegacia. E Feigen ainda continua no país, só que sua localização não foi revelada pelo Comitê Olímpico.
Na última quarta (18), as imagens das câmeras de segurança de um posto de gasolina na Barra da Tijuca deram detalhes mais minuciosos da cagada dos norte-americanos. Os quatro, visivelmente mamados, entraram no banheiro do posto e fizeram o maior estrago por volta das seis horas da manhã. Em um dos momentos, o vídeo mostra um dos funcionários do posto olhando em direção ao banheiro onde estavam os atletas que depredaram a saboneteira, a papeleira e a placa do banheiro. Eles foram parados pelos seguranças após tentarem desesperadamente pegar um táxi no mesmo posto. Há relatos que os caras urinaram na rua também. Tsc.
O segurança relatou que os atletas estavam bêbados e agressivos. No meio da confusão, ele sacou o distintivo de polícia e chegou a apontar uma arma para dois dos atletas que tentavam dar uma escapulida do posto. Para não ficaram retidos no local até a Polícia Militar aparecer, os atletas deixaram 20 dólares e 100 reais para cobrir os estragos.
Infelizmente, o caô dos gringos poderia ser uma história plausível no Brasil. E grave, já que supostamente eram policiais ou pessoas se passando por autoridades. Mas parece que tudo não passou de uma zoeira irresponsável no postinho que tentaram esconder se aproveitando do fato de que existem problemas gravíssimos de segurança pública no país.
Depois de toda confusão, um dos atletas levados para prestar depoimento confirmou que não houve nenhum assalto, mas sim uma confusão no posto de gasolina. Não se sabe ainda se os vacilões responderão por falsa comunicação de crime.
Só que não foi dessa vez, gringos. Vocês tentaram, mas não conseguiram transar o jeitinho brasileiro. Fica a dica dos brothers: o maior problema do malandro é achar que todo mundo é otário.
Depois que não tinha mais jeito mesmo, os nadadores admitiram que toda a história não passou de um caô mal combinado. Parece que toda a história era pra acobertar o dia de maldade pra namorada de um dos atletas que estava hospedada em um hotel próximo à Vila Olímpica. O nadador ̶D̶r̶a̶c̶o̶ ̶M̶a̶l̶f̶o̶y̶ Ryan Lochte publicou nas suas redes sociais um pedido de desculpas sobre o caso. “É traumático estar com seus amigos até tarde em um país estrangeiro, sem saber a língua, e ter um estranho apontando uma arma pra você exigindo dinheiro para te deixar ir embora.”
“Eu assumo toda a responsabilidade pelo meu papel nesses acontecimentos e aprendi lições muito valiosas”, escreveu o medalhista.