Blush!

Imagem via Wikipedia.

Blush (do inglês “enrubescer” ou “rubor”) ou Rouge (do francês “vermelho”).

É como um código. No fundo, o que pode parecer uma atitude sofisticada e evoluída é, nada mais nada menos, que puro instinto animal. E para dizer a verdade, mesmo que em 80% das vezes me esteja nas tintas para a opinião alheia, vivemos todos em sociedade, e é impossível não seguir um instinto de sobrevivência.

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As mulheres gregas e romanas foram as primeiras aplicar pigmentos vermelhos, como o ocre, o fiicus, o cinábrio, a henna, o açafrão vermelho, ou a cochonilha como blush.Faziam-no por uma questão de afirmação na hierarquia social. Embora inicialmente tivesse a textura de uma pomada, com o passar do tempo adquiriu texturas diferentes, como creme, gel e pó.

Era usado tanto por mulheres como por homens. Existe um inventário de uma perfumaria francesa, que data de 1768, e que mostra que tanto homens como mulheres o compravam. Por exemplo, um burguês de província encomenda “rouge para teatro”, enquanto outro reclama o atraso da sua encomenda. As listas de espera eram intermináveis.

Quem não se lembra do filme “A lista de Shindler“? Durante o holocausto, as judias que estavam presas em campos de concentração, picavam os dedos e com o sangue davam cor ao rosto. Era a técnica que usavam para salvar-se das câmaras de gás. Se estivessem coradas, significava que ainda estavam saudáveis e tinham força para trabalhar. Não é novidade que a imagem é um factor importante no que toca à sobrevivência, seja ela literalmente física ou só social. Esta luta pela aparência saudável e pela aceitação ou afirmação social tem pelo menos 2 mil anos.

O Blush é um dos artigos de cosmética mais requisitado pelas presidiárias americanas. O problema é que há quem leve isto demasiado a serio, e se esqueça de que não estamos em Alcatraz, nem num episódio de Hunger Games. Há centenas de cores e texturas disponíveis, para todos os gostos e bolsos. Quando se escolhe um Blush há que ter em conta o tom de pele, as quantidades e as zonas onde aplicar. É uma arma branca! Esqueçam o banho em Bronzer, ou as aparentes chineladas na cara, porque há uma grande diferença entre parecer saudável e parecer uma sopeira acabada de chegar da lide, ou uma trufa de chocolate. No fundo é como a ironia, quem não sabe usar, não usa!

No entanto, as tendências sofrem alterações à velocidade da luz. Lembro-me de há bem pouco tempo viver numa autêntica escravatura da vitamina D ou, na falta dela, do Bronzer. As peles morenas, que há 50 anos significavam pobreza e trabalho pesado, há 15 anos tinham a conotação oposta. Por agora são as peles mais pálidas a fazer sucesso. OBlush vem em tons pastel (e quase imperceptíveis) como tendência.

O ego é vaidoso, mas lembrem-se, maquilhagem não é camuflagem.

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