Havia tanto para verbalizar sobre a excelência de diversos discos, mas 2019 foi, de certa maneira, cruel ao ter levado um dos grandes: José Mário Branco. As nossas vénias e um muitíssimo obrigado por tudo o que deu e dá à música (a obra fala por si).
Agora, por ordem de preferência até ao topo, as trinta canções que engrandeceram os últimos doze meses – e ainda mais cento e dez para que fiques com a noção da qualidade e quantidade da criatividade entre portas. Antes de fazeres scroll, é importante deixar o elogio à magnífica agitação sonora do programa Eléctrico, na RTP, com autoria e curadoria de Henrique Amaro. Que outros canais apostem em projetos semelhantes.
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Vamos lá à lista. Boa audição!
E na telefonia 19 gira o refrão “Sabia que o clítoris é um órgão cuja única função é dar prazer a uma mulher?”
30. “Fado Para Esta Noite” – Xinobi & Gisela João
Deixa um recado ao luar, mete umas sapatilhas clássicas e sacode os primeiros lábios pintados a vermelho que encontres. A releitura electrónica para a faixa de abertura do primeiro longa duração de Gisela João, Nua (2016), é de uma fineza que nos faz pensar que as noites deviam começar com esta atmosfera. Podes culpar o mágico Xinobi e o selo Discotexas pela transformação deste fado curvilíneo.
29. “Agora Já Não És Capaz” – Cassete Pirata
Eles são cinco, mas podiam ser um sexteto. Há um ponta de lança (Pir, voz/guitarra/autor das letras), dois “carregadores de piano” (António Quintino e João Pinheiro, baixo e bateria), duas playmakers (Margarida Campelo e Joana Espadinha, vozes e teclados) e o estratega nos bastidores (Benjamin, produtor). Do que são capazes? De arejar a pop com canções que afastam qualquer rancor que tenhas no peito, de fazer esquecer separações marcantes. Esta Cassete é “memo” boa.
Álbum: A Montra (2019).
28. “Senso Comum” – Men On The Couch
A verborreia nas redes sociais, o chico espertíssimo espelhado em currículos ou as cunhas que pululam o dia-a-dia, já não são novidade. O que não esperávamos é que estes rapazes da Madeira expressassem isso de forma exemplar. Quando quiseres mandar alguém à merda com elegância, não procures mais. Às vezes, é nos sofás que encontramos algo que parecia impossível de localizar.
Álbum: Senso Comum (2019).
27. “Madrepérola” – Capicua feat. Karol Conka
A rapper nortenha faz um rewind nas referências e cita as figuras de Nina Simone, Simone de Beauvoir, Elza Soares, Lhasa de Sela, Elis Regina ou Grace Jones – entre outras e outros, como Mandela, Che Guevara e Maradona. O novo single, Madrepérola, tem estrogénio suficiente para fazer dançar e conspurcar contra o patriarcado. Esta preciosidade feminista ganha ainda mais força com o teledisco de Clara Não e André Tentugal. A retro-colagem é educativa, sarcástica e tem “um final Nanette” (“There is nothing stronger than a broken woman who has rebuilt herself“).
Álbum: Madrepérola (previsto para 2020).
26. “Só Um Beijo” – Luísa e Salvador Sobral (ao vivo em casa)
A modernidade não é só isto, mas é muito disto. As músicas são compostas na intimidade do lar, trabalhadas em estúdio e ganham vida própria junto dos fãs através das plataformas de streaming. Depois há reciclagens live que batem a versão em disco (viva ao youtube e meandros). Na véspera de Natal do ano passado, os irmãos Sobral divulgaram este vídeo e deram ainda mais charme a “este beijo”. Ainda não coraste?
Álbum: (a versão original aparece em) Rosa (2018).
25. “I Give Up and It’s Ok” – Marinho
Dizem os entendidos em cenas empresariais, que os norte-americanos são mais tolerantes com alguém que falhe do que no continente europeu. Por cá, o não atingir objectivos é visto como embaraçoso e um rotundo insucesso. Será mesmo assim nos dois lados do Atlântico? Enquanto reflectes, saboreia a esperança e a ternura deixada por Filipa Marinho. Seja na vertente profissional ou íntima, não é mau desistir e é ok dar um novo rumo à palavra “expectativa”.
Álbum: “~“ (2019)
24. “Sunny Days” – Mr. Gallini
Pisões? Stone Dead? Lovely Demos? Temos a localidade de origem, o grupo onde ganhou calo e o primeiro álbum como Mr. Gallini. Bruno Monteiro é o músico de quem falamos e o anfitrião desta epopeia pop que mergulha nos anos 90 com perfume brit (lembras-te dos White Town?), sem rejeitar o sol luso e a juventude sonhadora. Que os dias quentes cheguem rápido – bye bye “Depressão Elsa”.
Álbum: The Organist (2019).
23. “Besta Quadrada” – Gaiteiros de Lisboa
Atenção, atenção: aldrabões do reino; gajos que tratam o Estado como o seu quintal; gente que até a dormir arma um esquema ardiloso para encher os bolsos de euros. Este devia ser o vosso hino… À entrada de um estabelecimento prisional. Aí, vão ter todo o tempo do mundo para “tocar à gaita.”
Álbum: Bestiário (2019).
22. “Seasons” – Stasera
Afonso Simões, um dos mentores da Associação Cultural Filho Único e baterista dos Gala Drop (entre outras facetas), toma conta dos corpos suados depois das cinco da manhã e marca o compasso com disco acelerado. Uma nota: se mexeres a alma em qualquer das Estações à conta de Stasera, podes tratá-lo por “Cerrone”.. Continuamos a bailar no after?
12”: Seasons/ Trainhouse (2019).
21. “8h17am” – IVY feat. Rui Gaspar
Tristeza, melancolia e a dor que a leva acreditar. No outro, em si ou no som que transpira da sua imaginação. IVY (ou se preferires a Rita dos Grandfather’s House) marca as horas da sua catarse e banha-se no rio da mutação. Rui Gaspar é o parceiro nesta conjugação de suspiros que ecoa a um “desafio” entre as irmãs Cocorosie e o gentil e frágil, Antony. Quando o relógio atingir as 9 da matina, a angústia já os abandonou…
Álbum: Over and Out (2019).
20. “Interveniente Acidental” – David Bruno com Mike El Nite
Queres ser o dom Juan da construção civil? Sacar piropos da loja dos trezentos como se fossem um Rolex adornado de “inscrições shakespearianas”? Primeiro tens de conhecer o caloteiro que faz escala em Gaia antes de chegar a Miami, saber onde se come uns lagostins para impressionar a amada e estar a par de narrativas que envolvam “golas”, “cofres” e “amizades milionárias”. Será David Bruno o “Ricardo Araújo Pereira” da música portuguesa?
Álbum: Miramar Confidencial (2019).
19. “Balança” – Throes + The Shine
A meio da década passada, o país viu um colectivo levar a Lisboa mestiça e hedonista para o estrelato nacional (mais tarde, além-fronteiras). A poção sonora dos Buraka Som Sistema pode não dar frutos directamente em 2019, mas os seus “criadores”- como Branko ou outros naturais seguidores – continuam a difundir os estímulos daquela época. Os Throes+The Shine revelam composições bastante equilibradas e reforçam a união entre Portugal e Angola em eventos abertos a cadências exóticas. “Não vacila e rebenta o shot de tequila.”
Álbum: Enza (2019).
18. “Colete Amarelo” – Valete
Quando canta “Eu quero ser mais um soldado contra Bolsonaro” e “Que se foda Vasco da Gama, ensinem Shaka Zulu”, um dos rappers com mais tarimba acena com a bandeira da polémica. Valete é também o músico que viu o extremar de opiniões devido a um dos seus telediscos no último semestre. BFF tem um storytelling poderoso que dificilmente escaparia a ataques cerrados. De que lado está a razão? É vestir o colete amarelo para que não atropelem o que cada um tem a proferir…
Álbum: Em Movimento (edição em 2020).
17. “Lágrimas” – Slow J
Algumas das tatuagens da vida ficam cravadas como abanões complicados de ultrapassar. A experiência de um aborto espontâneo deve ser das coisas mais terríveis que um casal pode viver. Esta realidade entrou no quotidiano de João Batista Coelho (aka Slow J) e estas “lágrimas” mostram a profundeza desse desgosto. “Tirava-te a dor e ficava eu com ela; Eu dava-te a flor e ficava com espinho” canta ele para ela – e pelos dois. Doloroso.
Álbum: You Are Forgiven (2019).
16. “You Seem Intelligent” – Time For T
Com a idade a passar, pode não ser bonito lembrarem que estamos a ficar um bocadinho sem futuro – ou como quem diz “’tás a ficar velho pá!”. O raio da nostalgia tem de ser salva, o nosso ânimo abraçado e a jornada precisa de uma banda sonora leve, querida e inteligente. Não sabemos se é chá que o quarteto toma, mas o certo é que é um prazer ter este folk preparado para servir (ouvir).
Álbum: Galavanting (2019).
15. “Primavera” – Luís Severo
O que é isso da liberdade? Pegares no próximo avião que esteja de saída e partir só com a roupa que tens no corpo e o passaporte na mão? Acordares todos os dias à hora que bem entenderes? Ou é muito, muito mais elementar do que isso? Primavera de Luís Severo anui e convoca todos os sentimentos que nos consomem com gosto e fervor. O beijo está no ar.
Álbum: O Sol Voltou (2019).
14. “Hipocampo” – Lena d’Água
Sem demagogia, fez-se uma grande festa pelo regresso de Lena d’Água aos discos em nome próprio (trinta anos é uma longa ausência). Não foi preciso dar um robot para o menino e outro para a menina, pois até um doce teria convencido os They’re Heading West a ser parte integrante deste comeback. A celebração é feita no campo com gatinhos, bolinhos e orações… Vai um tchin-tchin?
Álbum: Desalmadamente (2019).
13. “Galanteio” – Três Tristes Tigres
É uma das novidades supimpa para 2020. O duo Ana Deus e Vítor Soares prepara o regresso aos álbuns e, por aquilo que se ouve em Galanteio, deve confirmar o normal. Uma música que absorve a mente e releva o trunfo de ouro que é a escrita de Regina Guimarães – o 3º elemento omnipresente. Enquanto o próximo trabalho não aterra na playlist, afasta o desânimo e recupera discos anteriores (caso de Guia Espiritual, de 1996) ou o projecto Osso Vaidoso ( Animal, 2011).
Álbum: (sem título confirmado e agendado para a Primavera)
12. “E de repente” – André Henriques
“Estatelado. No bolso, a carteira e um gadget para ouvir música. Há The XX e o Naive Song de Mirwais. Ainda há a banda sonora de Killing Eve e outro tema da série The Killing. Parece interessante e perigoso. Como o Amor.” Podiam ser notas soltas do detective que averigua o sangue que transpira na intrigante composição. A repentina aposta a solo de um membro dos Linda Martini promete. Para ter debaixo de olho (os temas que se seguem e a miúda de “passo elegante”).
Álbum: (Previsto para 2020).
11. “Telas na Areia” – Sensible Soccers
“Lindstrom? ‘Tás a ouvir? Estava a ver que perdia o sinal. Olha, o ‘arco-íris’ de Flavien Berger e ‘os vinis’ de Gerd Janson confirmaram a presença. Sobre a programação concordou-se em homenagear Pollock, em ter dissertações sobre o fim das longas digressões por causa das alterações climáticas e ainda clips all night long com fintas de Maradona e de Messi. Como te disse, não vale a pena trazeres companhia. Ninguém vai a praia e leva areia, certo?”.
Álbum: Aurora (2019).
10. “Clítoris” – Catarina Branco
“Sabia que o clítoris é um órgão cuja única função é dar prazer a uma mulher? (prazer a uma mulher, a um homem-trans e às entidades não-binárias)”. Em pouco mais de um minuto está resolvido o puzzle que parecia um “quebra-cabeças”. Podes pôr em repeat se ainda tiveres dúvidas, ou ver ao vivo um concerto da Catarina com a etiqueta Maternidade.
EP: Tá Sol (2019).
09. “Boa Memória” – Capitão Fausto
A química entre os membros dos Capitão Fausto é a face de um muro inquebrável, o vértice que evita o descomplicado e boom… Sai outro êxito para abrilhantar a boa disposição. É pop/rock com um brilhozinho nos olhos, assente num videoclip com frémitos humorísticos e pose “sério&jocoso”. A amizade é a base do compromisso, da confiança e do sumo final que não engana. Mais uma canção para marcar o legado do grupo.
Álbum: A Invenção do Dia Claro (2019).
08. “Passarinhos” – S. Pedro
Catchy, catchy, catchy this one if you can. Pedro Pode e conseguiu mesmo – yup, o nome dele é danado para trocadilhos. Basta estar no ar que contagia outras aves (oops) e quem está colado ao rádio também não consegue escapar. A sensação é interessante tal e qual a carreira de Pode. Já teve incursões no rap e no metal, foi “o gajo” dos doismileoito e agora leva o emblema de uma das figuras que compôs uma das melhores deste ano. “Podia ser sempre assim”.
Álbum: Mais Um (2019).
07. “Bandido Velho” (acústico) – Allen Halloween
Portugal é um belo país cheio de espinhos (a Sandra Felgueiras e a Ana Leal que o digam). Uns são expostos na TV e nas atribuladas redes, outros varridos para debaixo do tapete e uns quantos são lembrados pela arte – neste caso, de um músico da periferia de Lisboa. São as vivências e as agruras dos jovens africanos que Allen Halloween refere nas letras. Com a intenção de alertar, aconselhar e mudar mentalidades. “Quem não arrisca não petisca, ya é verdade, mas não há melhor petisco do que a liberdade”.
Álbum: Unplugueto (2019).
06. Invenção da Tarde – Manel Cruz
A criança que em nós se afunda/ O homem por trás do vidro/ Somos nós repensando o plano/ Que roubamos aos sentidos/ E dizemos que é da sorte/ Porque a vida está cansada/ Mas ninguém vive para nada/ Por mais entregue ao vazio/ A guerra destrói a estrada/ Mas nada se faz sem luta/ Não há paz de mão beijada/ Não há paz de mão beijada.”
Obrigado Manel.
Álbum: Vida Nova (2019).
05. “Primeiro Ministro”- Sereias
Abram alas para a terapia de choque que António Costa, Passos Coelho, José Sócrates, Durão Barroso, António Guterres e Cavaco Silva sentiriam se um dos seus assessores tocasse este “pequeno-almoço” com “défice” e “tédio”. A banda Sereias pretende levar o país ao divã, mas tem a noção de que o centrão está amarrado às suas idiossincrasias. Reverter a tesão rosa-laranja (a que se juntam outras cores partidárias) é o mesmo que pedir aos EUA para retirar os militares em todas as bases onde estão estacionados. Impossível. Que a afronta com marca Lovers & Lollypops continue!
Álbum: O País a Arder (2019).
04. “Lisboa Não Sejas Racista” – Fado Bicha
“Desconstruir e reinventar o fado. Mas que grande ousadia esta. Para alguns, este projecto já deveria ter surgido há muito tempo. O Fado Bicha nasceu de uma vontade e de uma cumplicidade. A vontade de Tiago Lila expressar a sua arte através deste género e a cumplicidade de João Caçador ao mexer nas convenções musicais de um género agarrado a Lisboa, à tradição e à imagem de uma cidade e de um País de nostalgia e emoção”. Ler texto completo aqui. (a faixa é uma adaptação do popular Lisboa Não Sejas Francesa, interpretada por Amália Rodrigues).
Álbum: Ocupação (lançamento para o primeiro semestre de 2020).
03 “A Minha Amada” – Mão Morta
Descrever cenas de sexo é uma tarefa mastodôntica. Adolfo Luxúria Canibal é um artífice que faz das palavras um palácio rodeado de trincheiras que caímos com admiração (como é que podíamos dispensar a pura filigrana literária?). Os seus contos lavados em spoken word introduzem enredos que nos deixam tristonhos por terem um fim – como aquelas séries televisivas que passam a saudosismo viciante. Em A Minha Amada, a libido explode por toda a parte e o futuro sexual incendeia a galáxia do receio. Afinal, o fim é quente.
Álbum: No Fim Era o Frio (2019).
02 “Deus nos livrai” – Chico da Tina
A lista best 2019 está quase a fechar e já houve quem mandasse à merda com estilo, quem explicasse o que é o clítoris, quem metesse o défice no cu e falou-se de esperma na anterior. Só falta um artista para completar o ramalhete com uma desafiadora piça. Chico da Tina confirma o que há muito suspeitávamos. O humor minhoto é mel que tinha aguçado, por exemplo, os curiosos nos anos 90 através dos gozões Mini-Drunfes. Desta vez, a “rapeirice” (rap+brejeirice) assalta a moralidade de certos tugas que se julgam de elite, mas não passam de saloios que têm uma meia branca enfiada no cérebro.”Toda a tua postura joe, pretensiosismo; todo o teu discurso bro, autoclismo”.
EP: Trapalhadas (2019).
01. “Um Ai” – Maria Reis
Que rufem os tambores! Maria Reis culmina a fase de transição a dois – previamente dividiu as Pega Monstro com a irmã Júlia – e grava o seu primeiro LP com colaboradores de peso onde se incluem B Fachada, o irmão António Quintino, dos Cassete Pirata, e Leonardo Bindilatti . Um Ai contém solidão efusiva, um inevitável anda p’ra frente (“há quem diga que é melhor esquecer do que sentir”), a introspecção confusa-serena e um vasto mixed feelings entre a ruptura e o recomeço (“há quem diga que a alegria serve p’ra sofrer”). Esta Maria enche-nos as medidas.
Álbum: Chove na Sala, Água nos Olhos (2019).
Canções no topo da VICE Portugal em anos transactos: “ Leva-me a dançar”, Joana Espadinha (2018); “ O Meu Amor”, Luís Severo (2017).
(e para que não te falte nada)… Mais cento e dez temas a ter em conta.
São os bons sons de dois mil e dezanove:
10 000 Russos – Quite a charade
Afonso Cabral – Inércia
Aldina Duarte – Fado da Sina
Alen Tagus – Holiday
Amaura feat. TNT – Dança
Ângela Polícia – Flex!
Baleia Piloto – Contramão
Barry White Gone Wrong – Glamour road
Bed Legs – Back on track
Best Youth – Take my breath away
Black Bombain & João Filipe Pais – Dragonflies
Blaya – Baza
Born-Folk – Heat and rum
Branko – Bleza
Bruma – O gato das notas
Camané & Mário Laginha – A casa da Mariquinhas
Capitão Fausto – Amor, a nossa vida
Captain Boy – Song to my dog
Castilho – Lucky ones
Cavalheiro com Xana – Ninguém me avisou
Churky – É
Clã – Tudo no amor
Classe Crua feat. Sam The Kid – A minha praia
Claustro – Mamarosca
Conferência Inferno – Apocalipse
Cosmic Mass – Desert
Cristina Branco – Terra de ninguém
Dada Garbeck – Kali yuga or the ever coming
Delafex – Manchas de trovão
Dino d’Santiago – Nôs funana (Pedro+Branko Na Surra remix)
Dirty Coal Train – Juvenile delinquent
DJ Nigga Fox – Talanzele
Dream People – Caroline
Eduardo Cardinho – Kraaiennest
El Señor – Suburbs of joy
Emmy Curl – De que é feito
Expeão feat. Capicua – Magnólia
Fernando Tordo com Capicua – Tourada
Filipe Cardoso – A um Deus desconhecido
First Breath After Coma – The upsetters
Folclore Impressionista – Remember
Fred feat. Marcelo Camelo – Boo
Gabriel Ferrandini – Volúpias
Ganso – Vai passar
Glasya – Glasya
Grognation – Pescoço
Império Pacífico – Semente
Isaura feat. Luisa Sobral – Uma frase não faz a canção
Jerónimo Vs Surma – Drög
João Tamura – Lábios
Keep Razor’s Sharp feat. Calcutá – Summer nights
Kumpania Algazarra – Let’s go
Lavoisier – A um negrilho
Lola Lola – Killed a man in a field
Mão Morta – O mundo não é mais um lugar seguro
Maria Reis – Lars Von Trier
Marta Ren – Worth it
Mathilda – Small fish lilac skies
Mayra Andrade – Pull up
Miramar – Nazaré
Mirror People – Boogie dance
Mísia – Ausência
Mislawi – Uber driver
Monday – Little fish
Montanhas Azuis – Faz faz
Nenny – Dona Maria
Niki Moss – Standing in the dark
O Carro de Fogo de Sei Miguel – A
O Gajo feat. José Anjos – O caminho é o poema
Oma Nata – The discovery
Omiri – Chula à alentejana
Orteum feat. 69M&M – Vilão
Palmers – Wrong comforts
Papillon – Camadas
Paraguaii – Jesus the charmer
Paus – Yes
Perigo Público feat. Edna Oliveira – Rosa Parks
Plutonio – 1 de Abril
Praso feat. Montana e Sara D Francisco – Quando a música acaba
Prétu feat. Lowrasta – Waters (Pa Nu Poi Koraji)
Prodígio – Castelo de Lata
Prof. Jam – Tou bem
PZ – Banano
Ricardo Ribeiro (com João Paulo Esteves da Silva & Jarrod Cagwin) – Depois de ti
Sallim – A pensar em ti
Salvador Sobral – La Souffleusse
Samuel Martins Coelho – Pensamento 1
Samuel Úria – Fica aquém
Solar Corona – Love is calling
Spicy Noodles – Juntos na fita
Stereossauro feat. Ana Moura & DJ Ride – Depressa demais
Susana Travassos feat. Diego Shissi –Naranjo en flor
Tainá – Desertos
Tape Junk – Thumb sucking generation
Terebentina – Vem
The Artist is Irrelevant – An empty canvas
The Gift – Impressiveness
The Loafing Heroes – Stairs
The Twist Connection – Bring me the storm
Tiago Vilhena – D’esta vida
Trycicles – Hamburger
Unsafe Space Garden – Fights are funny
Vila Martel – Não nos deixem ir embora
Vinicius Castro feat. Cristina Clara – Volúpia
Violet – Half crazy
White Haus – Bodies
Xutos & Pontapés – Alepo
Y.azz x b-mywingz – Cycles
Zanibar Aliens – Your heart
zé menos – A queda, a exposição
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