Foto: Divulgação
Depois de toda a saga de gravar com o Jack Endino, trombar o Thurston Moore no estúdio durante as sessões da Converse Rubber Tracks, pegar vários toques preciosos desses dois feras e tudo mais, finalmente podemos sacar o resultado da estada do Water Rats em Seattle. Quem acompanha o Noisey já teve uma palhinha do processo em primeira mão, quando lançamos o single/clipe de “Hellway to High”, meses atrás. Agora é a vez de conhecer as outras cinco músicas até então inéditas. A pegada da banda continua a mesma, trafegando entre o punk sujão, o garage e o rock alternativo.
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“Porém acredito que agora, neste lançamento, estamos descobrindo melhor a nossa personalidade, algo que só se ganha com tempo e estrada”, comenta o guitarrista e vocalista Alexandre Capilé. “Felizmente a gente tem tido muito disso e a intensidade que a banda tomou nas nossas vidas está estampada nesse EP, que foi gravado no olho do furacão da tour do Ugly By Nature.” Nessas, a “Hellway to High” acaba sendo a faixa que mais destoa do resto do disco, já que ela é um pouco mais rocker do que as outras. No geral, o trabalho saiu marcado por sons rápidos e diretos. Entre eles, “Rat Trap” é outro som que exibe personalidade singular, tanto que deverá ser o próximo single.
O clipe de “Worms”, que lançamos aqui junto com o streaming do EP, tem uma proposta sem grandes extravagâncias, mas transmite energia e conta com uma fotografia muito daora de assistir. Me lembrou aquele clipe do Guns, em que a câmera fica bem na cara do Axl, com os integrantes agitando ao fundo. “Já é meu clipe preferido do Water Rats”, festeja o frontman. Toda o conceito veio do diretor Cléver Cardoso, da Granada Filmes, o mesmo responsável por vários outros clipes irados como “Dino Vs. Dino”, do Far From Alasca e “Hurricane”, do Hellbenders.
Capilé conta como a parceria se desenrolou: “Fazia tempo que estávamos planejando gravar algo juntos. Um dia ele me ligou dizendo que tinha uma diária num estúdio foda e quis saber se a gente topava gravar um clipe no dia seguinte. Topamos, e o resultado foi esse.” A direção de fotografia vem assinada pelo Pedro Marguerito, outro grande amigo e parceiro do grupo. O clipe foi todo filmado com a música em andamento mais lento, reduzido à metade do tempo. Por isso que, quando assistimos, os movimentos parecem tão mais frenéticos. “Nós quatro trocamos quatro vezes de posição pra dar o efeito rotatório”, detalha.
O lançamento do EP no Brasil tem o aval da Hearts Bleed Blue e da Läjä Records, e, nos Estados Unidos, da Placenta Recordings. A Placenta é um selo pequeno de Detroit, porém com um trabalho responsa e um catálogo de mais de 360 plays. “Não conhecemos os caras do selo pessoalmente, mas já conversamos muito pela internet. Com certeza eles vão nos dar uma impulsionada por lá”, acredita Capilé. O espírito das novas composições traduz bem o estilo de vida dos caras, que conduzem a sua rotina sob o lema “Forever Vacation”.
Alexandre Capilé brinca com isso, dizendo que “estamos aproveitando nossas férias da vida ao máximo, fazendo nossos sons sem pretensão, misturando tudo o que a gente gosta, mantendo nosso conceito inicial e, principalmente, nos divertindo muito. Além de tocar juntos, somos quatro grandes amigos viajando pelo mundo afora em busca de diversão. Nossas letras falam do que acontece com a gente, às vezes mais sérias, às vezes criticando o mundo, for fun outrora… Não temos um tema especifico, tudo depende do que a vida nos dá. Adoraria estar mais psicodélico e espiritual, por exemplo [risos].”
Os shows intensos e rápidos têm atraído bastante público para o Water Rats, por isso o novo EP chega em bom momento. No período de um ano, a página do quarteto no Facebook cresceu de 700 seguidores para quase cinco mil. O mesmo vale para o perfil no Instagram. No Brasil, o maior público está em lugares como Goiânia, Natal, na região nordeste em geral e no sul. Lá fora, Los Angeles abraçou a banda, que fez um show apinhado no Viper Room, com citações elogiosas da casa nas redes sociais e a presença do Greg Hetson (Circle Jerks / Bad Religion) apadrinhando os músicos. “E isso tudo naturalmente, sem forçar a barra ou ficar no desespero correndo atrás do ouro”, Capilé faz questão de frisar. Insano.
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