O fotógrafo e colaborador da VICE Portugal, Diogo Lima, anda em explorações visuais (e não só) por Berlim. Recentemente deu de caras com Mimi Barks, vocalista da dupla Catch Drella, que com Baron Banks, baterista, está a produzir alguma da mais entusiasmante música electrónica – definição mais curta para um corpo de trabalho assente em sintetizadores carnudos, percussões hardcore e vocalizações nervosas, com pontos de contacto óbvios com artistas como The Prodigy, Photek ou Twenty One Pilots – a sair da capital cultural alemã.
No final do ano passado, os Catch Drella lançaram “Trouble” e já este ano “Be My Trip“. Pelo caminho consolidaram uma reputação de absoluta loucura nas apresentações ao vivo. Os caminhos de Mimi e de Diogo Lima cruzaram-se na noite berlinense e desse encontro resultou uma sessão de fotos e uma entrevista, que agora podes ver mais abaixo.
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VICE: Olá Mimi! Podes contar-me um pouco da tua história.
Mimi Barks: Para além da musica também sou modelo. Fazer trabalhos como modelo é uma maneira importante de me exprimir como artista. Comecei a criar a minha própria musica desde muito cedo, assim como também fui aprendendo a tocar diferentes instrumentos ao longo da juventude.
Para ser sincera, sempre quis tocar bateria, mas isso foi-me sempre negado devido aos possíveis problemas com vizinhos (risos). Acho que não iriam achar muita piada. Portanto decidiram dar-me um clarinete… como é óbvio, acabou por ser ainda pior que a bateria (risos). Cantar foi sempre uma grande paixão para mim e comecei a compor as minhas primeiras canções, à guitarra, quando tinha 14 anos. O meu primeiro concerto a sério foi quando tinha 17 e há cerca de dois anos e meio mudei-me para Berlim para dar o próximo passo na minha carreira.
Catch Drella é um dos teus projectos musicais. Para quem nunca ouviu falar, como definirias a música que fazem?
Com Catch Drella fazemos aquilo a que chamamos “Urban Future Rave” e recorremos, entre outros, a elementos de drum ’n bass. Eu e o Baron Banks produzimos tudo no nosso estúdio, no Berlin Ghetto, em Marzahn.
Em palco, o objectivo da nossa performance é conseguir alcançar aquilo a que chamamos de “High Energy Live Set”. Para isso usamos bateria, vozes e elementos electrónicos, breakbeats e drum ’n bass. A isto juntamos ainda rap e vocalizações ao estilo mais MC. Estamos a fazer música com uma abordagem futurista e esta é a nossa identidade. “New, Fresh, Sexy and Epic”, é o nosso objectivo.
Fala-me também um pouco do teu projecto a solo. Pareceste muito entusiasmada quando falámos dele pela primeira vez.
Neste momento estou a focar toda a minha energia no projecto a solo, Mimi Barks. Foi algo que começou ainda antes de Catch Drella e depois, naturalmente, ambos os projectos foram coexistindo. O facto de me ter mudado para Berlim teve um grande impacto na minha vida. Comecei a sentir uma nova energia e muita inspiração, já para não falar dos contactos que consegui fazer por cá.
A música deste projecto é algo que descrevo como “Powerful Melodic Pop”, com muitos elementos de deep bass e um som poderoso. Nos últimos tempos tenho estado a trabalhar em muito material novo, com a felicidade de ter a ajuda de grandes músicos e produtores. Neste momento também estou muito feliz por ter conseguido um contrato com uma grande editora, que me tem criado oportunidades fantásticas para colaborar com grandes artistas.
O que é que faz com que consigas encontrar uma maneira de te expressares através da música?
Para ser sincera, criar música é a única coisa que me faz sentir algum tipo de emoção.
O que é que te levou a mudares-te para Berlim?
Nasci em Bochum, uma cidade muito industrial, com muitas fábricas de carros e minas. Sentia-me emocionalmente morta antes de me mudar para Berlim. A minha vida só começou realmente depois de vir para cá viver.
Assim que te vi, fiquei fascinado com o teu estilo completamente único, até mesmo para Berlim… Sentes que as pessoas ficam muito a olhar? (risos)
Obrigada! Mas não, para dizer a verdade não o sinto de todo. No entanto, isto também foi algo que fui ignorando ao poucos durante a minha vida, agora sinto-me completamente imune aos olhares na rua. Só de vez em quando, quando os meus amigos me avisam que estou a assustar mais uma avózinha. (risos)
Last but not Least – e não podia deixar de te perguntar -, o teu cabelo tem algum tipo de super poderes?
Claro que sim! Sempre que retoco as tranças é como se fosse um substituto do Botox, gosto de pensar que é um facelift mágico! (risos)
Abaixo podes ver mais fotos. Segue a Mimi Barks no Instagram e acompanha o trabalho do Diogo Lima no Instagram e aqui.
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