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Os camaradas da Cone Crew Diretoria deixaram o palco do Lollapalooza neste domingo (6) felizões. Eles haviam feito uma apresentação para uma pista cheia que consideraram indefectível. Quer dizer, quase. Não fosse por uma polêmica que deixou os caras noiados na viagem de volta, já dentro do busão. “Estávamos lá de boa, comemorando as mensagens positivas que recebíamos dos fãs, nem ficamos muito tempo depois do show no festival. Preferimos tocar, fazer uma social e sair fora. Mas aí no busão mesmo nós entramos na internet pra conferir como tava rolando a repercussão do show, e topamos com uma matéria do Estadão sendo espalhada”, me disse há pouco um dos integrantes da Cone Crew, o produtor Papatinho, ao telefone.
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O texto em questão, assinado pelo repórter João Paulo Carvalho, teve mais de dois mil compartilhamentos e manda o seguinte título: “No Lollapalooza, Cone Crew homenageia Chorão e faz críticas a Restart e Criolo”. No corpo do texto, cita as seguintes aspas que alguém da banda teria dito: “Restart, bando de otário e Criolo é mera enganação”. Sublinha, ainda, que a banda teria se posicionado a favor da pena de morte para quem pratica abuso sexual. Leia a íntegra da notícia.
“Quando vimos a merda que isso podia dar, ligamos pro Criolo de dentro do ônibus mesmo, conseguimos localizar o cara. Queríamos nos explicar, dizer pra ele que ninguém havia falado mal dele no show. Afinal, somos fãs do trabalho do cara. Para nossa surpresa, quando falamos com ele, o Criolo tava tranquilo, disse que não tinha comprado a acusação do jornal, não, que não botava fé que a gente teria feito uma declaração daquelas. Só que o público talvez não acreditasse nisso tão facilmente, então o próprio Criolo fez questão de postar nas redes sociais uma foto dele ao lado do Maomé, pra mostrar que aqui é tudo irmão”, explicou Papatinho.
O Criolo inclusive aparece no último clipe da ConeCrew, “Meus Amigos Fazem Rima”, que foi lançado aqui no Noisey. Assista aqui e confira o Criolo nos frames que selecionamos.
Na visão do Papato, o jornal O Estado de S. Paulo precisa rever seus conceitos na hora de escalar um repórter para cobrir show de rap: “Botaram um cara pra resenhar o show que nem sabia que MPC é um instrumento musical, o sujeito falou que MPC era um integrante da banda. Então, quer dizer, com isso ele cometeu o pior erro que um jornalista de qualquer área pode cometer: não checou a informação. Pra mim, ou o cara agiu de má fé mesmo, pra queimar o filme da Cone Crew, ou o cara não está preparado para cobrir evento de música ao vivo, pois não sabe apurar direito”.
Perguntei pro Papatinho sobre o Restart e a questão do estupro, e ele disse que com relação a esses tópicos a parada é real, mesmo. Eles acham os figuras do Restart uns comédias e que estuprador é um tipo social abominável. O que deixou a Cone Crew de saco cheio mesmo foi o lance de terem sido colocados em oposição a um artista que eles afirmam apoiar e admirar.
Na sequência, bati um fio para o João Paulo do Estadão. Relatei o posicionamento da Cone Crew e tudo mais. O autor do texto foi sucinto e disse que não tem por que se retratar ou voltar atrás, tampouco assume erro de apuração. “Fiz meu trabalho, testemunhei os fatos e informei ao leitor. Não tenho mais nada a declarar a esse respeito.” Tá falado.