Desceram a Madeira em Salvador

Nesta quinta-feira, 20, Salvador viveu um grande anticlímax. A cidade em que o Movimento Passe Livre começou a nascer, após a histórica Revolta do Buzu, que parou a capital por 10 dias em 2003, viveu horas de desespero e um total desnorteamento das manifestações que começaram na segunda-feira, 16. A segunda grande manifestação foi um verdadeiro desastre, por uma série de motivos.

Após uma primeira passeata muito tranquila, em que cerca de oito mil manifestantes, segundo estimativa da Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador — o MPL falava em mais de 10 mil —, ocuparam a região dos shoppings Iguatemi e Salvador, da rodoviária, e conseguiram liberar pacificamente as catracas de todos os ônibus que faziam por rota por ali, o movimento parece ter se enfraquecido.

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Segundo ato: Salvador às vezes vira Bagdá

Uma reunião no Passeio Público, após a primeira manifestação, buscou definir as principais pautas que seriam defendidas na quinta e também qual seria o caminho a ser percorrido pelas pessoas. Salvador receberia as primeiras três partidas válidas pela Copa das Confederações, um nada luxuoso Uruguai x Nigéria. A maioria decidiu por um plano ousado para aumentar a visibilidade do protesto: se dirigir à Arena Fonte Nova para tentar negociar a passagem pelo bloqueio policial requisitado pela Fifa, dona do raio de 3 km² em volta do estádio em dias de jogo.

Com mais gente na rua e reinvindicações tão diferentes quanto a dos playboys que pediam para a Anvisa baixar os suplementos, os contrários ao Feliciano, à PEC 37, à Fifa, à corrupção, além de Anonymous de última hora, anarcopunks e mocinhas de família portuguesa, moradoras do Corredor da Vitória e com caras pintadas em verde e amarelo, vestidas com a bandeira do Brasil, todo mundo cantando que era brasileiro com muito orgulho e muito amor, não foi difícil revogar parte do que havia sido decidido por cerca de mil pessoas na reunião do dia anterior. Era estranho, pois as propostas sobre o passe livre e sobre transporte público, de uma maneira geral, foram engolidas por pautas absolutamente genéricas.

Para piorar, a manifestação se dividiu em dois grupos. Segundo uma amiga, que presenciou a hora da divisão, reza a lenda que o racha não foi espontâneo. O MPL e os setores mais engajados do projeto mantiveram a ideia original, acordada com a polícia, de descer através do Politeama rumo aos Barris e ao Dique do Tororó, enquanto os dissidentes buscavam chegar à Fonte Nova através da Avenida Joana Angélica, a principal via do bairro de Nazaré. De acordo com o mapa divulgado pela Polícia Militar, um dos centros de comando da PM estava localizado no caminho, no Colégio Central.

Fiquei na parte dos dissidentes por um tempo, enquanto tentava registrar imagens por ali. Estava difícil passar — isso porque, na linha de frente, manifestantes tentavam negociar com a PM para seguir em frente. Boa parte dos manifestantes caminhava como se não soubesse de nada, até que às 16h23, após uma tentativa de furar o bloqueio, a Choque, na figura da Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE-Cerrado), posicionada 70 metros atrás, soltou as primeiras bombas do dia. A Cerrado não quis nem saber quem estava na frente e lançou gás, inclusive em cima dos próprios colegas, que não estavam equipados com máscaras para conter o tal efeito moral.

As primeiras bombas afastaram a maior parte dos manifestantes, mas cerca de 200 pessoas ainda tentaram resistir. Um grupo pequeno, de cerca de 15 pessoas, avançava para a curva na qual a Cerrado estava de tocaia e apenas eles viam os policiais naquele momento em que as bombas eram lançadas de locais desconhecidos. Pouco a pouco, o Choque avançou, em uma ação orquestrada com a que acontecia nos Barris. Vinte minutos depois das primeiras bombas em Nazaré, a Choque nem esperou os manifestantes se aproximarem muito e lançou muitas e muitas bombas de gás lacrimogêneo e de talco, em uma ação aparentemente desproporcional e registrada neste vídeo

Sobre as informações sobre o que acontecia nos Barris, que estava a uma distância de pouco mais de 1 km, só fui tomar conhecimento depois, porque lá o conflito acabou sendo diferente — entrarei em detalhes logo mais. Em Nazaré, após a ação nos Barris, os manifestantes que estavam mais próximos à praça da Piedade, metade do caminho entre os focos de protestos, acabaram se dispersando. Para tentar conter o avanço da Choque, cerca de 30 homens improvisaram barricadas com banheiros químicos e tapumes arrancados do camelódromo da vizinha Estação da Lapa. 

Tudo acontecia em frente ao Convento da Lapa, palco de um dos momentos mais tensos da guerra de independência do Brasil e da Bahia, quando a sóror Joana Angélica, que dá nome à avenida, foi assassinada por milicos portugueses quando gritava para tentar impedir que eles entrassem no convento. Desta vez, enquanto alguns pareciam skatistas anarcopunks que revidavam os ataques da PM, provavelmente para tentar derrubar o sistema, boa parte dos contra-ataques vinha de pessoas que pareciam ser das comunidades mais pobres do entorno, que frequentemente reclamam da truculência da polícia em ações rotineiras de repressão ao tráfico de drogas. Um rapaz exaltado que trocava de boné colorido a cada recuo para escapar das bombas avançou sozinho até a metade do caminho e deu a real para a Tropa de Choque: “Venham na mão, tão com medo, é? Com bomba fica fácil”.

Depois de uma hora de conflito, as bombas e as balas de borracha da Cerrado venceram os paus, pedras e fogos de artifício dos manifestantes. Alguns deles acabaram se deslocando para o “front” dos Barris, mas a grande maioria recuou em direção à Piedade e à Avenida Sete de Setembro completamente esvaziada por pessoas que evitavam o confronto com os policiais. Após mais um avanço da Choque, o clima de batalha se transformou em destruição.

Manifestantes que estavam no confronto com a PM ganharam o reforço de alguns gatos-pingados, destruíram bancos e saquearam algumas lojas na Avenida Sete. Já não era mais possível saber se quem estava no quebra-quebra era apenas manifestante ou se a turma havia ganhado o “apoio” dos muitos moradores de rua e dos viciados da cracolândia que se espalha pela região. O que não havia ali, porém, era qualquer pessoa que buscasse evitar o quebra-quebra ou que se demonstrasse contrário a ações de vandalismo. De longe, a Choque não se aproximava para coibir os estragos e teve de pedir reforço para, nas palavras do policial do vídeo abaixo, “descer a madeira”. Segundo ele, era o jeito.

Nos Barris, uma região mais ampla, sem as ruas estreitas do Centro da cidade, a batalha era campal. Os manifestantes não conseguiam se dispersar com facilidade porque a região é um vale e as poucas saídas são de ladeiras íngremes. Saiba que não é nada fácil subir uma ladeira sob o efeito de gás lacrimogêneo, sobretudo quando a polícia está utilizando uma tática de encurralamento.

A batalha que se travava ali envolvia manifestantes pacíficos, que viam a Choque e a cavalaria duelando contra manifestantes que revidavam os ataques, enquanto muitos partiam para o vandalismo – dois ônibus foram incendiados nas imediações. Feridos tentavam entrar no 5º Centro de Saúde Professor Clementino Fraga, onde vários manifestantes se escondiam da confusão, mas, em certo momento, os portões foram fechados. Houve tentativa de forçamento do portão até que os funcionários cederam e liberaram o abrigo dos que precisavam se tratar e fugir da confusão.

Rapidamente, ao cair da noite, o já dividido protesto ficou ainda mais confuso. Os manifestantes pacíficos que decidiram ficar mesmo depois da chuva de bombas de gás lacrimogêneo e de balas de borracha retornaram ao Campo Grande, onde permaneceram, desorientados, por quase duas horas. A falta de pessoas para sugerir um plano B fez o que já estava dividido se dividir novamente, enquanto a destruição se espalhava pelas ruas vizinhas.

Pouco a pouco, a dispersão aproximava os manifestantes do Campo Grande — inclusive os brigões. Entre os pacifistas, um grupo decidiu seguir em direção à Barra e à Ondina através do Canela e, só depois, um outro grupo, aparentemente menor, decidiu seguir pela Vitória. Outro, ainda menor, seguiu em direção à Estação Iguatemi, um dos locais da passeata de segunda, distante quase 10 km do ponto de encontro inicial dos protestos de quinta. Um pequeno grupo de menos de cem pessoas tentou fazer o caminho inverso, com a intenção de protestar em frente à prefeitura, mas além de não conseguir adesão, também bateu de frente com o bloqueio policial e voltou ao Largo do Campo Grande.

Com exceção do grupo que foi pela Vitória, todos foram reprimidos pela Choque, que atacou à sua moda. Há relatos de que os policiais lançaram bombas sobre manifestantes sentados e até mesmo gás lacrimogênio no interior de um ônibus — houve o boato da morte de uma garota nesta ação, mas nada foi confirmado por policiais ou organizadores do movimento.

Enquanto os manifestantes se dirigiam para outros locais, por volta das 19h30, o reforço pedido pelo policial da Cerrado avançava sobre o quebra-quebra da avenida Sete e empurrava os manifestantes para perto do Comando Geral da PM, vizinho ao Palácio da Aclamação. Rapidamente, o cruzamento entre a Rua Forte de São Pedro e a Avenida Sete de Setembro se tornou um dos locais de maior violência do dia.

Manifestantes apedrejaram fotógrafos, que estavam na Casa d’Italia (eu também estava lá e fui atingido sem gravidade), enquanto gritavam para que não fotografássemos ou filmássemos nada. Alucinados, manifestantes atacaram os ônibus da PM, estacionados ao lado do quartel, e foram duramente reprimidos pela Choque, que dispersou o local com muitas bombas e uma ação dividida em dois grupos. Alguns manifestantes relataram, nos Barris e na “batalha da Aclamação”, o uso de armas letais por parte da PM – imagens registram tiros saídos de pessoa armada em uma picape do governo do estado. O Ministério Público Federal já anunciou que vai abrir uma auditoria para verificar se houve abusos.

Após a dispersão daquela área, um grupo pequeno de manifestantes ainda tentou depredar o Teatro Castro Alves e ameaçou atacar a Reitoria da Universidade Federal da Bahia. O Hotel Sheraton, que hospeda membros da FIFA responsáveis pela organização da Copa das Confederações foi apedrejado, assim como dois ônibus que servem à entidade. Um grupo de aproximadamente 50 manifestantes, provavelmente fugidos da Aclamação, ateou fogo a um ônibus no Canela e um grupo menor fez uma barricada no Corredor da Vitória, de onde, pela primeira vez em cerca de duas horas, ouvi manifestantes se levantarem para puxarem o coro “sem violência, sem violência” para aqueles que estavam em confronto com a polícia.

Toda a confusão acabou por volta das 22h30. Os hospitais registraram o atendimento a 50 feridos, e uma pessoa foi presa por tentar furar um bloqueio policial de moto, já no final do ato. Três ônibus foram queimados, muitos outros acabaram destruídos, assim como cinco agências bancárias e muitos pontos de ônibus. As ideias acabaram ficando em segundo plano e só tiveram destaque nas três primeiras horas da manifestação, e, depois, em grupos mirrados e desarticulados após os confrontos que tomaram o Centro e o Vale dos Barris.

A situação ficou caótica do ponto de vista político, sobretudo porque as pautas se esvaziaram e ficaram de lado desde que as primeiras bombas foram lançadas. Após a violência da quinta, em razão da falta de direcionamento e o fato de que muitas pessoas viajaram para o interior (afinal, São João é um dos festejos mais importantes do Nordeste), a expectativa de que a manifestação de sábado ficasse esvaziada acabaria se confirmando.

Quebra-pau em Salvador – VICE

Mapa dos acontecimentos

Terceiro ato: a luta contra o Estado

Salvador recebeu a partida entre Brasil e Itália, o jogo mais importante da Copa das Confederações até agora. Depois de muita hesitação após a perda de controle da situação, o MPL anunciou um ato para o sábado, que seguiria para longe da Fonte Nova: o grupo decidiu sair às 14h a partir do Campo Grande em uma longa caminhada de mais de 10 km em direção ao Iguatemi, onde os manifestantes tentariam liberar catracas ao fim do percurso. Pareta Calderasch, um dos organizadores do evento no Facebook e membro do MPL, não compareceu. Ele se declarou contrário à realização de um novo ato antes de uma reunião, que foi marcada para o dia 26.

Houve dissidências maiores. Alguns grupos criaram eventos no Facebook para outras manifestações que não chegaram a acontecer (seriam infiltrados, criando boatos para diminuir a força do grupo?). Anarquistas puxaram um grupo que iria tentar, mais uma vez, vencer o bloqueio da Choque aos acessos para a Fonte Nova. Um grupo de cerca de 1.200 pessoas foi em direção aos Barris. Havia gente de todo tipo, mas a maioria parecia estar a fim de passar mais um dia tentando ser herói da resistência em uma luta a peito aberto contra o policiamento. Seguiam a mesma tendência de confronto daqueles que incentivaram a divisão do protesto em dois grupos.

Segui com o grupo dissidente rumo aos Barris, no aguardo de um massacre da polícia. O clima era muito tenso e houve apenas uma tentativa meio esquizofrênica de duas garotas de puxarem um grito a favor do passe livre, mas que não contagiou ninguém – era óbvio que aquele grupo não seguia a pauta do MPL. Na maior parte do percurso, os manifestantes seguiam calados, como se caminhassem rumo a uma batalha perdida.

Chegando à praça, parei para conversar com um sexagenário barbudo de chapéu de palha e sem alguns dentes, que eu já havia fotografado. Ele segurava um pedaço de isopor em que se podia ler, em mau português: “Isso não é uma manifestação, é o começo de uma guerra civil”. O uruguaio Ícaro não queria dizer seu nome e se dizia doutor em filosofia clínica. Tomava cerveja e acendia um cigarro, pois estava “comemorando o fim da existência das células que se formaram há cinco bilhões de anos para a constituição do seu ser”. Ele dizia ser de origem muçulmana e treinado em Taipei, capital do Taiwan (falou algumas palavras em árabe e mandarim) e, principalmente, disse que tinha 14 quilos de dinamite em sua mochila – de fato, ela parecia estar muito pesada. Disse que nenhum daqueles vândalos tinha coragem de ser mártir e que aquilo não levaria a nada. Falou que amava os jovens e por isso estava pensando em dar sua vida pelo movimento. Ninguém explodiu e é provável que ele não tivesse nada na mochila, mas nossa conversa foi emblemática para mostrar como o movimento estava tomando proporções radicais naquela tarde.

Em seguida, fui para a linha de choque. Dez minutos depois (cerca de meia hora após a chegada dos manifestantes, que não foram recebidos pelos policiais com violência), dois manifestantes soltaram uma bomba ao chão e saíram correndo, provocando muita confusão e correria, em um ato de fogo amigo que claramente procurava incitar a confusão. Em seguida, anarquistas e jovens moradores da região do Tororó, que margeava os Barris, começaram a atirar pedras nos policiais. O revide foi instantâneo, com gás lacrimogêneo muito mais forte do que na quinta-feira, balas de borracha e prisões. Quem queria briga até tentou ficar, mas a PM dispersou o grupo em cerca de 40 minutos. Ainda houve reflexos em outros bairros próximos, mas nada comparado ao que houve na quinta.

Enquanto o couro comia nos Barris, o grupo conduzido pelo MPL levava três mil pessoas pacificamente ao Iguatemi. A manifestação corria com muita tranquilidade até que policiais agiram com truculência e em caráter de emboscada. Por volta das 19h30, quando a manifestação chegou à praça localizada em frente ao shopping, a Choque atacou — relatos não confirmados indicam que um rojão teria partido de um cinegrafista da Rede Bahia; outros dizem que a PM atacou com bombas de gás lacrimogêneo, efeito moral e com a cavalaria.

Alguns apostam que a ordem aos policiais foi de reprimir rapidamente a reunião porque o estacionamento do shopping era também um estacionamento oficial da Copa das Confederações e que os organizadores não queriam confusão na volta, via shuttle, daqueles que haviam ido assistir ao jogo e deixaram seu carro no estádio. Tudo, porém, sem qualquer confirmação. O que é certo é que emboscadas aconteceram nas ruas que ficam nos fundos do shopping e alguns manifestantes foram presos e agredidos pela polícia (ao todo, foram 77 feridos e 40 presos). Jornalistas também foram presos e/ou agredidos por fazerem seu trabalho. Alguns policiais queriam apagar fotos a qualquer custo. Um dos PMs, capturado em vídeo, foi claro: “Seja inteligente, apague. Porque se eu pegar a sua foto, eu vou saber onde você mora e é daquele jeito”.

Tentei chegar ao Iguatemi, mas pouco depois das 20h15, os manifestantes haviam sido dispersados. Uma hora depois, um pequeno grupo tentou fechar o trânsito na Avenida Paralela e até entrou em confronto com policiais, mas foi contido pelos fardados. No fim das contas, o terceiro dia começou igual ao segundo: as ideias do MPL acabaram ofuscadas pela ação violenta de alguns manifestantes e dos policiais, que se excederam novamente.

Em Salvador, o movimento tem ganhado contorno de luta de classes. A TV Itapoan, afiliada da Rede Record no estado, está sendo amplamente a favor das manifestações, criticando a ação da polícia. Seus dois programas locais, líderes de audiência no estado, o Balanço Geral e o policialesco Se Liga Bocão, conduzidos respectivamente por Raimundo Varela e Zé Eduardo, são voltados às camadas mais populares e normalmente são (especialmente o segundo deles) boletins de cobertura de ações policiais. Ambos já foram notificados uma centena de vezes pelo Ministério Público por violação dos direitos humanos. Dessa vez, até eles criticaram a ação da polícia. Os “guerreiros” da polícia (termo utilizado pelos repórteres do Bocão para se referirem aos policiais), estavam errados, portanto.

Não parece ser coincidência que boa parte das pessoas que enfrentavam a polícia eram moradores das comunidades pobres próximas às áreas das manifestações. Legitimados pela sociedade e pelos programas de TV em que eles seriam os vilões da história, os manifestantes que vinham dos bairros populares tinham sua grande chance de lutar contra a polícia que arrepiava nas comunidades, em situações obscuras. Era a possibilidade de acertar as contas ou, no mínimo, mandar um recado.

Ninguém do MPL ou de qualquer outro grupo político que aderiu aos protestos buscou, até o momento, diálogo com o governador Jaques Wagner, que demandou as pautas para os manifestantes em entrevista coletiva realizada nesta sexta, embora, neste domingo, outro ato foi marcado para quinta-feira: manifestantes do MPL se dirigirão à prefeitura, na tentativa de entregar uma carta com propostas ao prefeito ACM Neto. Os efeitos do pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff, que anunciou um pacote de medidas, ainda não foram sentidos. O movimento em Salvador parece perdido e desacreditado, mas o MPL busca politizá-lo novamente. O fato é que, agora, em época de São João, os barulhos de bombas e as fogueiras nas ruas estão associados não a festejos, mas às revoltas de junho.