Discos: Julian Lynch


Lines
Underwater Peoples
5/10


O mais próximo que já estive de morrer foi no primeiro ano de faculdade, quando passei uma tarde inteira a fumar ganzas no jardim dos pais de uma miúda hippie por quem estava todo pelo beicinho. Tive o maior ataque de pânico de sempre. Nunca tinha tido uma merda dessas e pensei que alguém tivesse pincelado as mortalhas com cianeto, ou assim. Tive de me deitar no chão e esperar que aquilo passasse. A gaja nunca mais me convidou para coisa nenhuma e eu, para me vingar, usei-a como fantasia das minhas punhetas mais sinistras. Isto para explicar que, desde esse dia, nunca mais fumei ganza regularmente. Paradoxalmente, adoro música que seja alta companhia para disparar canhões. E este álbum, que nem é o melhor do Lynch, dá-me vontade de fumar a melhor ervinha no alto de uma montanha tibetana. Na companhia, claro, do próprio Julian, da malta da Underwater Peoples e do meu guia sherpa. E, se tudo corresse bem, no final nem sequer ligava à minha mãe para me vir buscar.