Durante muito tempo, os cientistas pensaram que, depois do Big Bang, o universo se expandiu num processo conhecido como “inflação”. Agora, os investigações confirmaram esta teoria com a primeira detecção de sempre de ondas gravitacionais ocorridas imediatamente após a criação do universo.
“Eu sempre pensei na inflação como sendo o ‘bang’ do Big Bang”, disse Chao-Lin Kuo, um professor universitário de Stanford que trabalhou com a equipa, composta em grande parte por investigadores do Centro de Astrofísica de Harvard-Smithsonian. “Se olhares para as ondas gravitacionais, podes usá-las para ver o que se passou desde o início (do universo). O que nós descobrimos revela o processo de inflação.”
Não é todos os dias que podes criar uma infografia chamada “A História do Universo”. Isto mostra as ondas gravitacionais derivadas do Big Bang, eventualmente observadas cerca de 40.000 anos depois da criação do Universo. Imagem: Universidade de Harvard.
A descoberta foi amplamente aclamada como um dos achados mais importantes de todos os tempos em astrofísica e já foi posta na frente da corrida pelo Prémio Nobel. A descoberta confirma a teoria da relatividade de Albert Einstein e, se ela se mantiver, poderá ser uma das mais fortes peças de evidência a suportar a teoria do Big Bang. Acredita-se que as ondas detectadas são de um instante depois do Big Bang. Esta é a primeira vez que as ondas gravitacionais — conhecidas como “ondulações na curvatura do tempo-espaço” e teorizadas por Albert Einstein — foram observadas.
“Não é todos os dias que acordas e aprendes alguma coisa que aconteceu há um trilião de um trilião de um trilião de segundos depois do início do universo” disse Mark Kamionkowski, um astrofísico da Universidade Johns Hopkins, que não estava envolvido com a equipa de Harvard. “Isto não é apenas um home run mas sim um grand slam. É a pólvora para a inflação…isto é tão extraordinário como parece.”.
“Não é o primeiro plano de emissões a partir de nossa galáxia. Estamos convencidos que o sinal é real, vem do céu e de acerca de 400 mil anos depois do ponto inicial” disse Clem Pryke, um dos investigadores. “A mais razoável interpretação do sinal é que isto são ondas gravitacionais escritas no padrão da inflação numa pequena, pequena fração de segundo depois do início”.