Música

Nicky Romero no Factory: Chuva de Papel Picado, Serpentina e Bombação

O que dizer sobre a apresentação do holandês Nicky Romero no Skol Beats Factory, além de que foi sensacional? Centenas de fãs abarrotaram a casa no dia 1/6, quando a estrela da noite tocou com abertura do DJ Junior C e fechamento da dupla Dudu Linhares & Pedro Almeida. Romero disparou hit atrás de hit, sem perder o gás, e teve até chuva de papel picado e serpentina pra embalar a curtição.

No ápice de sua trajetória artística desde que foi revelado ao universo clubber, em 2008, Nicky já computa mais de quatro milhões e meio de seguidores do Facebook, tem o apadrinhamento de ninguém menos que David Guetta, parcerias com Avicii e Zedd, e é considerado um dos fenômenos da EDM global.

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Esse clipe que rodamos por lá mostra cenas de vários ângulos e momentos do show no Beats Stage. De quebra, conseguimos uma entrevista com o cara, que além de talentoso, foi super simpático e atencioso. Dá um confere no ping-pong:

THUMP: Na última entrevista sua que li você falava sobre um novo álbum no qual estava trabalhando. Como anda a produção desse trabalho? A obra já foi finalizada?
Nicky: Sim, é isso mesmo! Eu ainda estou trabalhando no meu primeiro álbum no momento. Ainda não terminei, mas já tenho algumas faixas redondinhas que gostaria de incluir neste trabalho. Os ouvintes podem esperar por um álbum novidadeiro, mas com a minha pegada característica, com direito a algumas colaborações experimentais.

A cantora Anouk emprestou voz para o seu mais novo single, o “Feet on the Ground”. Você já a conhecia pessoalmente antes dessa parceria? Você já era fã do trabalho dela? Conta aí pra gente como foi essa experiência.
A Anouk é responsável por tantos singles de sucesso ao longo de sua carreira que eu literalmente cresci escutando o som dela. Eu não a conhecia pessoalmente antes, mas a música dela já tocou tanto nas rádios holandesas que quase toda alma viva na Holanda sabe quem ela é. Sou um grande admirador de seu trabalho, acho que o vocal dela tem uma pegada muito rock’n’roll. Não há por aí muitas vocalistas com essa qualidade.

E como anda a cena clubber no seu país? Depois de tocar em outros lugares como você avalia a infraestrutura da cena local, o público, os produtores, comparado ao que você vivenciou nos seus rolês ao redor do mundo?
Na Holanda nós temos uma ótima história no que tange a dance music, nossa cena é muito sólida há anos e continua incrível. O que mudou é que atualmente rola um foco maior nos diferentes nichos. Mas temos visto muitos festivais a céu aberto que estão investindo numa programação mais diversa, e isso é algo que acho super positivo. Se for pra comentar o que já vi em passagem por outros países, bem, eu amo a energia de tantas cidades que já visitei, todos os lugares têm muitos talentos sendo revelados ultimamente. Especialmente na América do Sul, a vibe é sensacional. Estamos vivendo um momento muito empolgante para a dance music.

Você passa muito tempo em estúdio quando está criando ou remixando uma nova faixa? Como é a sua rotina criativa?
Aí depende. Às vezes fico preso na produção de uma faixa por semanas ou meses, e acaba virando um processo contínuo, sem parada, quando eu decido mudar alguma passagem a cada dia ou semana; e tem ocasiões em que eu nem toco em nada por um mês inteiro ou mais, e de repente retomo e termino o trabalho. Mas também existem alguns exemplos de músicas que finalizei em apenas alguns dias.

Quais são os artistas que você curte fora do EDM?
Eu realmente amo coisas experimentais. Alguns nomes de que gosto muito são Disclosure e Flume.

Aquele seu clipe para “I Could Be the One” é muito louco, porque, ao mesmo tempo em que é super bem humorado, também expõe uma crítica a respeito de como nós levamos o nosso dia a dia, o tédio da vida comum, o trampo chato… De quem veio essa ideia?
Na verdade esse clipe nasceu assim: enviamos um convite para diferentes diretores, a fim de que viessem com ideias e abordagens para ilustrar a música. De todos os roteiros que chegaram, entre as propostas de que mais gostamos, essa foi a que achamos mais legal, sobretudo porque ela tem um link muito direto com a letra. A direção é do Peter Huang, que inclusive tirou o primeiro lugar no prêmio Young Director Award 2013 em Cannes.

O que você mais curte quando está trabalhando em parceria? Você acha que músicas como “Human”, composta ao lado de Zedd, soariam muito diferentes se fossem uma criação solo, ainda que mantivessem a mesma linha melódica?
O que eu mais gosto é justamente o processo todo. Você começa a receber e enviar ideias e começam a nascer coisas que jamais ganhariam forma se estivesse trabalhando sozinho. Sem contar que você também aprende com as técnicas do outro e descobre novos métodos de produção, além de truques que pode aplicar em composições futuras. Conceber uma faixa sozinho é muito bacana também, mas compartilhar a experiência de realizar um som de sucesso com um amigo é algo realmente especial.

Tá poko de Nicky Romero, esse lindo:

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