Fotógrafos iemenitas mostram os horrores da guerra civil no país

Dečak se pere u kampu

Este artigo foi originalmente publicado na VICE Arábia.

Desde 2014 que a população do Iémen está aprisionada no meio de uma guerra civil que criou o que a ONU diz ser a pior crise humanitária do Mundo. A luta pelo poder é travada entre o presidente Abdrabbuh Mansur Hadi e o movimento armado Houthi, que agora controla a maior cidade do Iémen, Sanaa. Hadi recebeu considerável apoio militar de uma cligação liderada pela Arábia Saudita, que lançou numerosos ataques aéreos sobre o Iémen e impediu que alimentos e outros produtos entrassem no país.

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A violência levou a que 80 por cento dos iemenitas necessitem de assistência humanitária, com 18 milhões dos 29 milhões de cidadãos do país sem acesso a água potável. Para mostrar o quão devastadora esta crise tem sido, a VICE Arábia fez uma parceria com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e um colectivo de seis jovens fotógrafos iemenitas que têm relatado o terrível impacto do conflito nas suas respectivas comunidades.

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Um grupo de crianças joga futebol num bairro de Saada, Iémen, destruído por bombardeamentos. Foto por Karrar al-Moayyad/ICRC.

O fotógrafo Ali Al Sonidar cresceu na antiga cidade de Sana e é um dos membros do colectivo. Sonidar desenvolveu a sua paixão pela fotografia captando turistas oriundos de todo o Planeta que visitam a cidade para ver os famosos souks e a maravilhosa arquitectura local.

“Queria que a minha fotografia fosse humana, transmitisse uma mensagem e instigasse mudanças”, diz o fotógrafo de 28 anos. E acrescenta: “Sinceramente, espero voltar a tirar fotos de turistas e momentos de alegria na cidade. Mas, isso agora é impossível, porque alguém tem de contar a história da guerra”.

Abaixo podes ver mais imagens dos fotógrafos Ali Al Sonidar, Ahmad Al Basha, Al-Moayyad Karrar, Saleh Bahlais, Abdallah Al Jaradi e Khaled Al Thawr.

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Em Sana, um rapaz utiliza um saco de arroz para levar os seus livros. Estima-se que cerca de 2.500 escolas tenham sido danificadas ou destruídas ao longo do conflito. muitos dos estabelecimentos de ensino estão a ser usados como abrigos para pessoas deslocadas e alguns foram tomados por grupos armados. Foto por Ali Al Sonidar/ICRC.
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Esta criança foi obrigada a viajar da longínqua aldeia de Saqayn para chegar ao Hospital Al-Salam, em Saada. A dificuldade em movimentar bens, causou uma gigantesca crise alimentar no país. Foto por Karrar al-Moayyad/ICRC.
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Um rapaz recolhe lixo na cidade de Taiz. Os problemas de insalubridade já causaram um surto de cólera. Foto por Ahmad Al Basha/ICRC.
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Com a filha num braço e um pesado jerry can à cabeça, esta mulher é obrigada a caminhar dois quilómetros desde a sua casa em Habeel Salman, a oeste da cidade de Taiz, para conseguir água. Foto por Ahmad Al Basha/ICRC.
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Um grupo de mulheres de Hajja senta-se junto às suas posses. Ganham dinheiro a vender snacks à beira da estrada. Foto por Khaled Al Thawr/ICRC.
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Dois irmãos de Hodeida esperam no interior de um escuro e abafado abrigo onde a sua família se refugiou depois de fugir da violência na zona costeira iemenita do Mar vermelho. Foto por Ali Al Sonidar/ ICRC.
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Uma mulher deslocada, sentada no chão na cidade costeira de Aden,no sul do Iémen. Foto por Saleh Bahlais/ICRC.
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Um homem idoso acaba de inspeccionar o que resta da sua casa no bairro de Al Jahmaliah, em Taiz, no centro do Iémen. A maior parte dos apartamentos nesta zona foi reduzida a destroços. Foto por Ahmad Al Basha/ICRC.
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O conflito destruiu bairros históricos, incluindo a Cidade Velha de Sana. Os turistas desapareceram e os vendedores ambulantes têm dificuldades em ganhar dinheiro. Foto por Ali Al Sonidar/ICRC.
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Duas crianças brincam com um carrinho de rolamentos em Marib, a leste de Sana. Foto por Abdallah Al Jaradi/ICRC.

No Iémen, o CICV facilita o acesso à água potável a milhões de iemenitas através do seu apoio às corporações e autoridades da água. Eles visitam detidos e ajudam a melhorar as condições de detenção. Equipas cirúrgicas do CICV e estruturas apoiadas pelo CICV tratam e prestam atendimento de emergência a mais de um milhão de pessoas em todo o país, incluindo pessoas deslocadas.


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