Esta matéria foi originalmente publicada na VICE UK .
No Reino Unido, a revista Stylist fez uma capa com um retrato da candidata presidencial fascista francesa Marine le Pen, com um adesivo sobre a boca dizendo “AVISO: Contém visões que algumas mulheres modernas e liberais podem achar perturbadoras”. Que ousado, né?
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Mostramos a revista para alguns anarquistas franceses e foi isso que aconteceu:
Brinks, rs. As fotos são do Dia do Trabalho em Paris, que também acontece anualmente no 1ª de maio. Com o segundo turno das eleições presidenciais a menos uma semana de distância, manifestantes descontentes enfrentaram a polícia para mandar um grande dedo no meio para Marine le Pen, Emmanuel Macron e as eleições no geral.
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Encabeçado por dezenas de milhares de manifestantes de sindicatos e outros grupos (pró-Palestina, de apoio ao PKK, refugiados), a manifestação formou um black bloc com alguns milhares de anarquistas e antifas — tidos como uma “Geração Ingovernável”.
Eles estavam putos por terem que escolher para presidente um ex-banqueiro centrista, Macron, e Marine le Pen, a candidata de extrema-direita da Frente Nacional — um partido mergulhando em acusações de antissemitismo e islamofobia. Os “Ingovernáveis” rejeitam totalmente as eleições.
Depois de um ano de choque com a polícia depois da aprovação de leis trabalhistas controversas, violência policial e viver dois anos sob estado de emergência, não demorou muito para a marcha evoluir para uma das piores rebeliões nas ruas francesas em anos. A polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha, os manifestantes jogaram coquetéis molotov, bombas caseiras, pedras e fogos de artifício em resposta; 128 manifestantes ficaram feridos e vários policiais também, incluindo um oficial gravemente queimado por um coquetel molotov. Depois de quatro horas as coisas se acalmaram, mas se você queria imagens mostrando o que os jovens franceses acham da situação atual no país, o Dia do Trabalho de 2017 foi um ótimo exemplo.
Tradução: Marina Schnoor