“Apaguem toda a pornografia dos seus celulares, não levem uma Bíblia com vocês, não dobrem no meio jornal ou revista com a foto de algum dos Grandes Líderes e não portem aparelhos de GPS”, foram algumas das instruções dadas pelo guia chinês antes de embarcarmos para Pyongyang, capital da Coreia do Norte.
É curioso, mas as restrições que as ditaduras impõem aos seus cidadãos e aos estrangeiros que as visitam se revelam nas coisas mais variadas e que, para quem é de fora, podem parecer até mesmo sem sentido.
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Na Coreia do Norte, por exemplo, você pode encher a cara num boliche ou numa pequena cervejaria artesanal escondida no subsolo do seu hotel, mas não pode ter uma Bíblia na mala ou tirar fotos de prédios em construção. Assim como em outros países islâmicos, no Irã as bebidas alcoólicas são proibidas, a menos que você conheça estrangeiros que morem no país ou compre bebidas no mercado negro, vai passar careta toda a sua estadia lá. Também no Irã, a pornografia é proibida, mas até hoje, passados anos desde a primeira visita de um de nós ao país, o guia que nos recebeu compartilha, volta e meia, conteúdo num grupo de WhatsApp.
Apesar de parecerem pitorescos e até mesmo preconceituosos, esses exemplos são reais, e, para além de revelar as diferentes maneiras pelas quais o Estado pode regular e controlar a vida privada, mostram também que o mundo é um lugar muito grande e que em outros lugares a vida pode ser bastante diferente da que estamos acostumados. E ver valor nisso é a grande sacada de viajar por aí.
Os fotógrafos paranaenses Guilherme Setoguti e Luiz Guilherme Pansani Simões estiveram na Coreia do Norte, no Irã e no Tibete entre 2014 e 2016, onde registraram um pouco da vida e dos lugares que seguem sob regimes ditatoriais. Se liga nas fotos abaixo.” Se liga nas fotos abaixo.