Foi no mítico Teatro Cine da Covilhã (com mais de mil lugares e ecrãn super gigante) que assisti à estreia do primeiro Guerra das Estrelas – o episódio IV.
Para mim e para a maioria das crianças e adolescentes dessa época, a vida dividia-se num “antes” e “depois” da Guerra das Estrelas. Todos imaginávamos os desertos de Tatooine, e quando apanhávamos um pôr do sol numa praia semi-abandonada, cada um construia o seu próprio sabre de luz ou sonhava com aventuras inter-galácticas na “nave espacial” da nossa cama quando vestíamos “aquele” pijama.
Mas não só para os espectadores no geral, como para todos os cinéfilos, e para a própria indústria cinematográfica, Star Wars foi um filme que mudou tudo para sempre. É o filme perfeito em termos de estrutura narrativa, estudado até à exaustão em todas as escolas de cinema pelo mundo fora, todos os planos são absolutamente necessários e o espectáculo cinematográfico atinge um padrão que haveria de ser seguido e copiado até aos dias de hoje, mas nunca jamais ultrapassado.
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A segunda trilogia do início do séc XXI (que volta atrás no tempo da narrativa) não conseguiu devolver-nos a magia, e no fundo, todos continuámos à espera da continuação das aventuras de Luke, da princesa Leia, de Han Solo ou do querido R2D2, que ficaram em aberto no final do “Regresso de Jedi” nos idos anos de 1983. A nossa espera terminou. A 17 de Dezembro estreia o “O Despertar da Força” que promete ser um dos grandes acontecimentos deste século. Este novo capítulo foi entregue às mãos mágicas de JJ Abrams (o senhor LOST e o reboot de Star Treck), recupera a música de John Williams e Lawrence Kasdam, um dos guionistas originais da primeira trilogia, e convenceu o melhor actor da actualidade, Oscar Isaac, a participar nesta aventura.
A maioria dos espectadores de cinema de hoje, que nasceram depois da estreia do primeiro Star Wars, nunca conheceram um mundo sem “Guerra das Estrelas” e provavelmente não entenderão esta excitação.
Este Verão a minha mulher decidiu fazer sessões comunitárias de cinema no terraço do nosso prédio para fugir do calor das casas. Quando me pediu uma sugestão para uma das sessões não hesitei – “A Guerra das Estrelas”. Ela que nasceu depois do fim da primeira trilogia, a meados dos anos 80, nunca tinha visto e ficou maravilhada. Um dos nossos vizinhos, que é americano e que trouxe a sua mulher espanhola, também “virgem” das aventuras de Luke Skywalker, confessou-me que não podia acreditar que se tinha casado com alguém que nunca tinha visto a “Guerra das Estrelas”. O problema ficou resolvido nessa noite. Os outros assistentes dividiam-se entre a fascinação da descoberta e a recordação de outros tempos, inevitavelmente mais felizes. O meu filho de 4 meses também viu. Acho que não percebeu nada mas agora ri-se muito quando eu lhe digo “I’m your father”.
Estão avisados: têm 2 meses para perder a “virgindade” e entrar neste mundo mágico que George Lucas criou há quase 40 anos, e que continua a fascinar geração atrás de geração.
Nós, a malta dos 70, ontem de manhã não resistimos a ir comprar já o nosso bilhete. E vocês também podem fazê-lo, aqui.
May the Force be with you. (E o cartão de crédito também, para comprar o bilhete!)