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Jemima Kirke dá entrevista em roupa interior para falar de auto-estima

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma i-D.

Jemima Kirke não é Jessa Johansson. É mãe, não mija no passeio, é uma artista respeitada, mas, ainda assim, vê-se frequentemente assombrada por sentimentos de medo. Muitas vezes, garante, sente-se deslocada. Por outras palavras, é humana, mulher e não apenas uma personagem de uma série de televisão de sucesso. 

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Agora, numa entrevista à StyleLikeU, Kirke desnuda-se, abre-se com sinceridade sobre a luta contra a falta de auto-estima e descreve como o seu trabalho em Girls, bem como o facto de se ter visto arrastada para uma posição de destaque, interferiu de várias formas, muitas delas divergentes entre si, na sua própria auto-estima. “Uma das razões que levou a que tivesse sido contratada para Girls, foi a minha personalidade e esse certo brilho que me rodeia e que queriam na série. Não foi pelas minhas capacidades. Portanto, fizeram com que me sentisse uma merda e, ao mesmo tempo, incharam-me o ego brutalmente”, afirma a actriz.

Kirke conta que é frequente deparar-se com pessoas que lhe atribuem a mesma atitude despreocupada de “estou-me a cagar para tudo”, bem característica de Jessa, ainda que, na realidade, isso não poderia ser mais errado. “Tenho uma perspectiva saudável no qu ediz respeito ao que os outros pensam de mim, mas não sou de todo esse espírito livre que é a minha personagem”, revela. E acrescenta: “Estou carregada de neuroses, de aversão a mim própria e padeço de um certo sentimento de não pertencer a nada, nem a lugar algum. Tenho confiança nalgumas coisas, mas não nas minhas capacidades”.

Um dos momentos mais emotivos, acontece quando Jemima explica de que forma os problemas de auto-estima afectaram a sua vida enquanto mãe. A actriz tem sido uma voz importante na luta pelos direitos de saúde e reprodutivos das mulheres, problemas que conhece demasiado bem, quer por já ter interrompido, como por ter levado adiante uma gravidez para a qual não se sentia convenientemente preparada.  

“Se tenho um bebé, não vou poder criar arte e sair por aí a fazer todas estas coisas. Estarei limitada. Acho que me sinto segura presa, mas, ao mesmo tempo, também me faz impressão”, recorda com coragem, sobre o que lhe passava pela cabeça quando ficou grávida da sua primeira filha e decidiu levar a gravidez avante. “Estava na casa dos 20 quando ela era pequena e, de certa forma, sentia que não era justo para ela. Não estava pronta par aficar em casa todas as noites e não tinha a paciência necessária, porque estava demasiado focada em mim própria”. 

À medida que o futuro dos nossos direitos parece cada vez mais incerto, tendo em conta o actual clima político, é estimulante que nos recordem que até as mulheres mais “duras” sentem medo e dividam de si próprias. Podes ver a entrevista completa a Jemima Kirke acima e ler mais acerca da sua opinião sobre a maternidade aqui.