Música

Exclusivo! LaGardère e o glorioso legado do surrealismo pop tropical nacional

Lagardere

Surrealismo tropical? Indie pop à portuguesa, de olhos postos nos GNR caleidoscópicos de meados dos anos 80? Ou, simplesmente, três gajos em busca da fórmula mágica que lhes permita colocar em formato canção todos os desvarios que lhes passam pelas cabeças? Bom, quando se mete o novo single dos LaGardère, “Bianca Dalí”, a rodar a resposta é bastante óbvia: toda as hipóteses acima e mais uma palete gigante de toda as cores do Universo à mão de semear.

Primeiro avanço de um álbum que chegará no fim do ano e sucede a “No Lugar do Fim do Mundo“, de 2018, “Bianca Dalí” é uma dessas canções que entram directamente para o cancioneiro essencial de uma certa música pop portuguesa que, esteticamente, é tão de agora como de há 30 anos, sem perder um pingo de frescura que seja. Faz uma playlist, mete-a entre qualquer música dos Mler Ife Dada, “Hardcore (1º Escalão)” e os Capitão Fausto da “Invenção do Dia Claro” e verás que tudo faz sentido. Tudo encaixa.

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Tudo, até aquela velha lenda que diz que LaGardère, nascido Henri de Lagardère em Zurique no ano de 1898, chegou a Lisboa aos 118 anos – depois de uma vida dedicada a tocar Ragtime ao piano, um estilo musical a quem ninguém ligava patavina -, vindo do Brasil ponde passara parte da vida, desiludido e debilitado, só para ser descoberto por três jovens músicos enquanto tocava no piano da recepção do Hotel Sheraton. Surpreendido e emocionado com os aplausos, LaGardère, reza a lenda, não resistiu e morreu ali mesmo, não restando outra hipótese aos três jovens, Yann Vaz da Silva, João Sampayo e Carlos Noronha se não a de dedicarem o resto da vida a difundir o seu legado.

A missão está bem entregue.


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