Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #111

Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #111

Olá. Não venho com boas notícias.

Semana fraca. FRAAAACAAA. Fraca. Meu Deus, que tristeza. É de se lamentar: por que tiraram o Carnaval de nós? Podia ficar mais uma semana de Carnaval pra compensar isso.

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Ou todo esse meu azedume seja mesmo — eu tava refletindo aqui agora — um resultado do meu início de abstinência de Carnaval também, que acabou resultando num maior mau humor ao ouvir os lançamentos dessa semana. Pode ser também. Mas, por enquanto, acho que é mais pela maioria do lançamentos de hoje ser fraquinha mesmo.

Vamo ficar na torcida da semana que vem ser melhor. Pelo menos eu vou ficar na torcida porque, né… é o meu trampo que tá em jogo.

Fé.

—-TOP DA SEMANA—-

Sem top da semana. Ouve uns discos da Bethânia aí.

—-AS MELHORES QUE TEVE NA SEMANA—

Dona Onete – “Carimbó Arrepiado”

Carimbó gostoso demais de tar ouvindo. O vocal descompassadíssimo da Dona Onete deixa a música muito mais legal ainda. Chegou a lembrar um dos melhores discos da história da música brasileira, Chico Lopes e Banda Aquarius – Fã de Eliane. Gosto.

Stephen Malkmus – Groove Denied

Primeiramente, muito obrigado à gravadora que segurou esse disco, o que forçou o Malkmus a fazer o Sparkle Hard no ano passado. Porque esse aqui tá abaixo. Pode até ser que esse disco “cresça” pra mim ao longo do ano, mas nessa primeira audição não bateu muito não. Divido o disco entre sons oitentistas na primeira metade (como “A Bit Wilder” puta gotiqueira), rockinhos lo-fi, que me agradou mais, e o finalzinho que é mais Malkmus mesmo, como “Ocean of Revenge”, que foi a que mais gostei no disco. Então é um bom disco, mas a tal “fase eletrônica” do Malkmus não rolou muito bem não.

Anderson .Paak – “King James”

Bom, é aquele esquema que já tá manjado, da base jazzinho suingado e pá, bateria top, só que dessa vez não rolou tanto assim não. É boazinha, mas já veio coisa muito melhor dali.

The Brian Jonestown Massacre – The Brian Jonestown Massacre

Os cara tão desde 2014 lançando um disco por ano, aí realmente uma hora dá uma cansada né. É um bom disco, tem um folkzinho, um shoegaze e tal, mas tem isso aí TODO ANO desde 2014. Dá uma segurada aí, galera. Pra resumir, é bom mas é melhor aproveitar o tempo pra ouvir Third World Pyramid, mesmo que novamente.

—-AS ATÉ QUE OK DA SEMANA—-

Black Alien – “Que Nem o Meu Cachorro”

A batida eu achei velha guarda começo dos 2000, e não muito empolgante não. Como não sou nenhum especialista, num vou palpitar sobre #flow e #letra… mas também não é muito empolgante não. Então é uma música que tá aí a música aí. Valeu.

Djonga – Ladrão

Ah mano… Disco que só (SÓ) importa pra quem já é todo interessado na #cena rap. Porque apesar de ter os seus momentos reflexão&crítica, momentos esses que você já está vendo serem compartilhados na rede social mais próxima de você, o negócio é tão TÃO T-Ã-O auto-referente que quem tá de fora (eu) ouve e fica “é ok beleza, tá aí”. As batidas, a produção, é tudo muito ok, nada que tenha chamado minha atenção, mas nada ruim também. Aí tem a faixa “Nem sempre as coisas foram assim pra mim”, tem a faixa “Os cara fala mal porque tem inveja”, tem a faixa “Eu sou o Madson ‘O Foda’ do rap”, e a “Carai, hoje eu tô romântico, porém convém te lembrar que eu sou o Madson ‘O Foda’ do rap”. Pra vocês, jovens do rap aí, é disco show (imagino que seja show). Pra mim, sei lá.

Unkle – “Crucifixion / A Prophet”

Eu não tenho certeza se isso aqui é um lançamento, porque acho muito estranho lançarem uma versão “radio edit” primeiro. Mas parece que foi isso que aconteceu. E a radio edit é uma faixa de 4 minutos tão lenta, com vocais tão arrastados, que fico em dúvida se possuo saúde mental o suficiente pra ouvir a versão integral. Se vai ouvir, vai com cuidado. Aliás é ok, não é ruim não a música. Só tem esse probleminha aí.

Karen O & Danger Mouse – Lux Prima

É um som tão, sei lá, anestesiante, tão “nada acontece”, tão som ambiente de cafeteria, que eu quase esqueci que tava ouvindo. 40 minutos de eletrônico no máximo de vertente lounge possível. Uma ou outra exceção que, ouvindo o disco na íntegra, você nem percebe que tem exceções. Eu tive que dar uma rápida repassada nas faixas pra notar umas mais “YYYs”, por assim dizer (“Woman” e “Redeemer” entram nessa). Okzinho de deixar tocando, e é isso.

Iggy Azalea – “Sally Walker”

Nhé. Batida ok, piano-bateria. A melodia tanto faz quanto tanto fez. Bem da mediana.

—-RUIM—-

Dennis DJ – “Isso Que é Vida”

Um funk-EDM HORROROSOOOOOO do Dennis DJ. Nem imaginava que isso seria possível, mas ele conseguiu lançar uma faixa muito ruim. Mas MUITO. Paro por aqui.


Toda semana, o guerreiro brasileiro Rica Pancita seleciona a nata dos lançamentos do universo pop para a playlist só com o ouro fonográfico no Sexta Lançamentos por Rica Pancita.

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