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Ministério Público vai apurar envolvimento de chan no massacre em Suzano

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O Ministério Público de São Paulo quer apurar se o grupo de ódio Dogolachan, ativo na darknet, teve efetivamente algum envolvimento em incitar os responsáveis pelo massacre em Suzano, que aconteceu na quarta-feira (13). Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25, mataram oito pessoas e depois tiraram a própria vida. Há suspeitas de que ambos eram membros de chans de ódio.

A VICE apontou que o grupo ativo na deep web estava celebrando o massacre na Escola Estadual Raul Brasil através de publicações. Numa publicação feita um dia antes do massacre, um membro anônimo do Dogolachan publicou uma montagem dos atiradores de Columbine e a letra traduzida da música “Pumped Up Kicks” da banda Foster The People. O portal de notícias R7 afirma que Guilherme e Luiz eram frequentadores do chan após o administrador do mesmo postar diversas vezes que ajudou os dois a coordenar o ataque.

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O ataque, segundo a investigação preliminar da Polícia Civil, foi planejado durante um ano pelos criminosos e havia a intenção de matar mais vítimas do que o massacre de Columbine cometido nos EUA em 1999.

Os responsáveis pela apuração, um promotor do júri e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ambos do Ministério Público, investigarão juntamente com a Polícia Civil esse suposto envolvimento do Dogolachan no massacre. “A gente tem notícia de que os assassinos se comunicavam pela deep web com outras pessoas. Isso portanto precisa ser investigado para se verificar se há uma organização criminosa atuando por trás da ação que cometeram,” disse o o chefe do MP, o procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio ao G1.

Os promotores, inclusive, pensam em chamar o antigo líder do Dogolachan, Marcelo Valle Silveira Mello, para colaborar com as investigações. Marcelo foi preso após a Operação Bravata deflagrada em maio de 2018 por crimes cometidos na internet. Ele recebeu uma pena de mais de 41 anos de prisão e está preso em Curitiba (PR). Após a prisão de Marcelo, o grupo migrou para a deep web onde só é possível acessar através do navegador Tor.

O Dogolachan já era conhecido por ameaçar, expor e intimidar qualquer pessoa que se colocasse na frente do grupo. Anteriormente, era conhecido como Hominis Sanctus e após a Operação Intolerância em 2012, mudou para Dogolachan. Em investigações anteriores, a polícia levantou a suspeita de que os Sanctus radicalizaram Wellington Menezes de Oliveira, responsável pelo massacre de Realengo de 2011.

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