Sebastian Bartz é o nome do cara por trás do projeto que explora club music e temas sombrios que remonta aos anos dourados do industrial techno de clubes como o The Haçienda. Polonês residindo em Londres, ele fala que sua música é apenas um reflexo do que ele mesmo gostaria de ouvir num clube: techno que bate forte e gelado, sem tempo pra desculpas. Ele esteve no Brasil ano passado tocando em várias cidades, e fez uma apresentação ao vivo ao lado do músico Marcos Leite Till, do Tigre Dente de Sabre, na festa Muscles Cavern, e fala que planeja voltar em breve!
Trocamos uma ideia com ele por e-mail enquanto voltava de uma apresentação na França, onde ele tocou ao lado dos caras do Club Cheval Panteros666 e Monsieur Monsieur, e você pode ler tudo enquanto ouve o que ele tem curtido e produzido ultimamente nesses incríveis 40 minutos.
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THUMP: Oi Sebastian, onde você está agora?
Sebastian Bartz: Estou no aeroporto em Bordeaux, na França, esperando meu voo de volta para Londres. Ontem toquei em um lugar incrível com o Panteros666 e Monsieur Monsieur no BT59.
Que abas você tem abertas agora no seu browser?
Agora estou offline mas o browser ainda está aberto. Umas coisas bizarras… Uma página do Tumblr sobre esse cara chamado “Gear Head” usando uma roupa de motocross, o Soundcloud da Rinse.fm, meu cronograma e um leilão de um compressor Orban Stereo vintage no eBay.
Que outros projetos você possui além do Venice Calypso?
Eu acabei de formar uma banda chamada S.A.D. com o Alex Wolf, do Post Religion. É muito divertido praticar guitarra com ele e ambos somos DJs e produtores.
Seu set e show quando esteve aqui no Brasil foram bem legais, você conseguiu visitar várias cidades. Já tinha estado aqui antes? Quando vem de novo?
Foi a minha primeira vez no Brasil, e eu me diverti muito. Agora estou organizando minha próxima tour para aí em julho com o Marcos do Tigre Dente de Sabre e espero tocar ao vivo com ele.
O que está planejando para o futuro?
Tenho tentado me estabelecer como um DJ de techno e trabalhado muito na minha banda SAD. Então meu futuro vai consistir de: tour, estúdio, tour, estúdio.
Está planejando mais álbuns, EPs ou clipes?
Sim, tenho um monte de projetos que estou finalizando e algumas faixas inéditas do Venice Calypso que estou ansioso para lançar. Ultimamente tenho me interessado bastante em vídeos e quero começar a dirigir meus próprios clipes.
E qual foi o critério para escolher as músicas para essa mix?
Eu queria fazer uma mix que representasse tudo o que eu gosto de tocar em clubes.
Como você define sua música?
Antes eu tinha vários conceitos, mas agora é tudo sobre TECHNO.
Você sempre esteve envolvido com música?
Sim, desde que tinha 16 anos. Uma vez trabalhei em um escritório por um mês, mas não me dei bem com o pessoal de lá. Já toquei em outras bandas também e eu me sinto confortável fazendo as duas coisas.
Que equipamento você usa durante seus sets?
Eu nunca uso drogas ou bebo antes de um set, porque quero estar em forma pra entregar o melhor show possível. Quando estou tocando com a banda inteira, eu toco baixo plugado em um amplificador de guitarra e num de baixo ao mesmo tempo, pra criar essa “parede de som” especial. Quando vou discotecar, eu gosto de editar e remixar músicas de outros artistas para criar um material único. Em julho, eu planejo fazer um live do Venice Calyso com a minha banda e o Jack France, com quem eu fiz o vídeo para “Buck 4 ya Dollar”.
E o que você usa para produzir?
Eu tenho meu próprio estúdio de gravação em Londres, onde eu passo a maior parte do meu tempo trabalhando em material novo. Eu gosto de usar o máximo de equipamento analógico/externo possível. É tão divertido plugar tudo, brincar com os knobs, etc. Trabalhar apenas com laptop também é bom e você provavelmente terá os mesmos resultados, mas eu gosto da imperfeição do analógico.
Quais são os prós e contras de morar em Londres?
O melhor para mim (mas para outras pessoas, o pior) é o clima. Eu me distraio facilmente com tempo bom. Quando está fazendo sol lá fora, você não quer realmente ficar dentro de um estúdio escuro com luz artificial, né? Eu amo Londres e não consigo apontar algo ruim em morar aqui. Existe algo aqui que abraça todo mundo, não importa de onde você seja, você consegue se sentir em casa.
Qual o melhor show ou lugar que você já tocou?
Eu sempre me preocupo com o presente – não gosto de constantemente pensar sobre o que passou. No entando, eu me diverti bastante quando fui ao Brasil!
Você sempre quis trabalhar com música?
Não, como eu mencionei antes, recentemente tenho me interessado em trabalhar com visuais. Eu posso trabalhar infinitamente com música, o que é sempre uma boa distração dos aspectos miseráveis da vida.
E o que te inspira a criar suas músicas e visuais?
Obviamente, muito vem da internet. Também me inspiro em arquitetura e o que ouço ao meu redor. Recentemente eu tenho levado um pequeno gravador comigo e gravado um monte de sons estranhos e ambiência. Em relação aos visuais, eu amo coisas sombrias e me inspiro em artistas como Jake e Dinos Chapman ou Gottfried Helnwein.
Que cena ou música você tem curtido ultimamente?
Eu amo techno e com o passar dos anos eu tenho explorado diferentes gêneros, mas eu sempre acabo voltando pro techno e nunca me canso.
Uma banda ou músico que ninguem imaginaria que você escuta?
Yodeling alemão?
TRACKLIST:
1. Blacknecks – Hotline
2. Habits of Hate – Limelight Roles
3. RATCHETT TRAXXX – MOLLYPOP
4. MATRiXXMAN – Jane Doe
5. Venice Calypso – Hypergyptian
6. Bodyjack – Bodytrax 2
7. GROVESTREET – Mahogany
8. Venice Calypso – Untitled
9. Wolfe – Wolfe Time
10. Leo Anibaldi – Attack Random
11. Venice Calypso – Pulse 2.0
12. Mr. Magnetik – Night Wolves (Chambray Remix)
13. Miss Modular – Reflector Pack (4/4)
14. Cosmin TRG – Vernacular
15. Trippy Soul – Star Dust (Julian Remix)
16. Spookz – British Are Ready
17. SPF666 – Scorpion Cache (Mike G Remix)
18. Legion – Below Zero
19. Venice Calypso – E V E R Y W H E R E
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