Música

O Boteco dos Destinos Cruzados: Histórias Contadas nos Comentários de Músicas Bregas no YouTube

Foto: Reprodução

Os cientistas dizem que o elemento mais abundante do universo é o hidrogênio. O Frank Zappa dizia que era a estupidez. Eu acho que na verdade são os comentários do YouTube em que falam que “isso sim era música, hoje em dia tem esses Justin Bieber e Luan Santana que são dois piolhos de cu.”

Videos by VICE

Não pretendo fazer uma taxonomia completa dos comentários de YouTube, mas, além dessa categoria que citei acima, umas das que mais gosto são as pequenas histórias pessoais que, por carregarem um tantinho de falta de ortografia ou bom senso, tem um sabor misto de zuera e tristeza.

Geralmente essas histórias são contadas nos comentários de músicas bregas ou, quando não são bregaço na raiz, ao menos trazem um sentimento forte relacionado a perda familiar. Por isso passei uma tarde ouvindo músicas de Waldick Soriano, Nelson Gonçalves, Orlando Dias, Lindomar Castilho, Amado Batista, Altemar Dutra, Francisco Alves e mais uma pá de maluco que já esqueci e lhes trago alguns comentários que encontrei:

Esse senhor faz um interessante relato de um escambo que fez com o cantor Orlando Dias.

A mesma canção inspirou essa mina a dizer que realmente deixou um cara de quatro por ela.

Com o coração torturado por Waldick Soriano, esse cara não tem medo que a esposa dê uma olhada no computador.

Ainda a mesma seresta de Waldick cria na nossa mente essa imagem da foto da mina babando na boleia sendo postada no álbum “Momentos……..” do Facebook do cara.

No tocafita de Bartô Galeno nem tudo é nostalgia.

Ainda no Bartô Galeno essa triste história de suicídio.

Mas a mesma canção parece ter diferentes efeitos sobre a galera.

Essa canção na voz de Altemar Dutra embala toda tradição de uma gostosa violência que deve sim ser passada de geração p’ra geração.

Ouvindo mais Waldick Soriano, a presença da cachaça passa a se tornar inevitável.

Lindomar Castilho não poupou a vida da própria esposa, mas sua música ajudou essa mulher a largar do marido p’ra não morrer.

Amado Batista e a constante nebulosidade lírica entre o amor carnal e o amor fraterno, materno, paterno, e se pá outros amores.

O Evandro é o orgasmo no Twitter. É sério, siga ele: @denoterdamn