Uma livraria nacional da Nova Zelândia tirou das estantes o livro de autoajuda escrito pelo controverso psicólogo canadense Jordan Peterson, na esteira do massacre na mesquita em Christchurch.
Esta semana, a Whitcoulls, uma cadeia que tem mais de 56 lojas pela Nova Zelândia, retirou o 12 Regras Para a Vida de suas prateleiras, ligando sua decisão diretamente ao atentado em Christchurch, onde 50 muçulmanos foram mortos e mais 50 feridos por um supremacista branco. A Whitcoulls não deu uma razão para a retirada do best-seller, mas deu pistas num e-mail enviado aos clientes.
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“Infelizmente, 12 Regras Para a Vida não está disponível atualmente, uma decisão que a Whitcoulls tomou na luz de material extremamente perturbador que vem circulando antes, durante e depois dos ataques em Christchurch”, afirma o e-mail. “Como um negócio que leva nossa responsabilidade com a comunidade muito a sério, acreditamos que seria errado apoiar o autor neste momento.”
“Ninguém está preocupado com os livros de Peterson, a companhia só não quer ser associada com Peterson, que foi fotografado abraçado com um islamofóbico orgulhoso.”
Como alguns apontaram, esse “material perturbador”, referido no e-mail da livraria, pode não ter relação com o conteúdo do livro de autoajuda, mas com uma foto de Peterson posando com um fã na Nova Zelândia em fevereiro. O fã, um homem mais velho com quem Peterson aparece abraçado, está usando uma camiseta “Sou islamofóbico com orgulho”. A foto, tirada em Aukland em 21 de fevereiro, durante a turnê de promoção, é uma das muitas tiradas naquele dia. A foto estava disponível anteriormente pela OMG VIP, mas agora foi removida.
Peterson, uma figura divisiva, ficou famoso em 2015 e desde então vem sendo considerado um mártir da liberdade de expressão e matador de guerreiros da justiça social por membros da extrema-direita. O nome do psicólogo e seu trabalho não foram mencionados no longo manifesto do atirador de Christchurch.
Esta não foi uma boa semana para o escritor de 56 anos, com a Universidade de Cambridge retirando um convite para associação dele que ofereceu anteriormente – Cambridge disse que revogou a participação depois de rever o trabalho de Peterson, mas não deu mais informações.
Alguns estão chamando a decisão da Whitcoulls de hipócrita, já que a companhia continua vendendo livros como Mein Kampf e títulos islamofóbicos. Peterson ainda não comentou sobre a questão, apesar de ter respondido a Cambridge, dizendo que não precisava deles já que “tenho mais oportunidades para perseguir no momento”.
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