O que sabemos até agora sobre Omar Siddiqui Mateen, autor do massacre em Orlando

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News.

Por volta das duas da manhã de Domingo, 12, um homem armado com uma espingarda automática AR-15 e uma pistola, disparou indiscriminadamente sobre a multidão que enchia um clube gay em Orlando, Florida, Estados Unidos da América. Pelo menos 50 pessoas foram mortas e 53 ficaram feridas, fazendo deste o mais mortífero tiroteio na história do País.

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As autoridades identificaram o atirador como sendo Omar Siddiqui Mateen, de 29 anos, e confirmaram que foi morto numa troca de tiros com a polícia, dentro do clube, pelas cinco da manhã. Os pormenores sobre Omar Mateen estão a surgir aos poucos, mas isto é o que sabemos até agora.

– Mateen é um cidadão norte-americano, filhos de pais afegãos. Vivia em Port St. Lucie, cidade a cerca de duas horas de carro de Orlando, na Costa Atlântica da Flórida.

– A agência de notícias do auto-proclamado Estado Islâmico, Amaq, afirmou na tarde de Domingo que Mateen era um seu “combatente”, mas ainda não é claro se o grupo estava em contacto directo com o atirador, ou se, simplesmente, este era apenas inspirado pelos extremistas.

– A NBC News citou fonte anónima das forças policiais como tendo dito que, pouco antes do ataque, Mateen terá ligado para o 911 [o número de emergência nos EUA] garantindo fidelidade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do auto-proclamado Estado Islâmico. Outras fontes disseram também à NBC News que, no local do ataque, Mateen terá ainda referenciado os irmãos Tsarnaev, que levaram a cabo os ataques à bomba na Maratona de Boston, em 2013. O Presidente Barack Obama já veio dizer que o FBI está a investigar o incidente à luz de uma acção terrorista.

– Ron Hopper, o agente do FBI responsável pela equipa da divisão de Tampa no terreno, disse que Omar Mateen foi interrogado duas vezes em 2013 devido a comentários que terá feito no trabalho sobre eventuais contactos com terroristas e ainda uma outra vez, em 2014, por suspeitas de estar ligado a um bombista suicida de nacionalidade norte-americana. Hopper disse que foi entendido que o contacto seria “mínimo” e que os agentes determinaram que, “à altura, ele não constituiria uma ameaça”. Apesar destas interações com o FBI, Mateen terá comprado na passada semana as armas que usou no ataque, de forma completamente legal.

– A NBC News falou também com o pai de Mateen, Mir Seddique, que disse que o seu filho terá ficado zangado depois de, há dois meses, ter dois homens beijarem-se em Miami. “Queremos pedir desculpa por esta situação”, disse ainda Seddique, que acrescentou: “Não fazíamos ideia nenhuma das acções dele. Estamos em choque absoluto, tal como todo o país. Isto nada tem a ver com religião”.

– De acordo com a Associated Press, Mateen tinha licença de segurança privado na Florida e os registos indicam que era portador de licença de armas naquele Estado norte-americano desde 2011. Licença que expirava em Setembro de 2017.

– A ex-mulher de Mateen disse ao Washington Post, sob anonimato, que ele era mentalmente instável e que tinha abusado dela várias vezes, quer física, quer psicologicamente. “Ele batia-me. Chegava a casa e começava a bater-me porque a roupa ainda não estava toda lavada e passada e outras coisas do género”, sublinhou. O casal casou em 2009, mas divorciou-se logo em 2011. Ela disse ainda que ele trabalhava como guarda num estabelecimento para delinquentes juvenis.