Lá pelo meio-dia, os primeiros fãs de danzón, impecavelmente vestidos, começaram a chegar à Plaza de la Ciudadela – ou Plaza de Danzónas, como o lugar é conhecido localmente –, na Cidade do México. Estilo musical e de dança cubano nascido em 1879, o danzón praticamente morreu em sua terra natal, mas continua muito popular na capital mexicana – particularmente entre os idosos. Todo sábado, há mais de 20 anos, cerca de 200 pessoas se reúnem na praça para ouvir bandas tradicionais e chacoalhar o esqueleto. Logo de cara, fica claro que mais da metade dos participantes estão acima dos 60.
Para muitos dançarinos, a roupa é tão importante quanto a música. Muitos dos senhores (ou “pachucos“) vestiam ternos zoot dramáticos, fedoras com penas e sapatos de couro bem engraxados. Outros compareceram com a roupa de sempre mesmo. As senhoras (ou “pachucas”) arrasavam em vestidos de noite e salto alto, com penteados inspirados em beldades mexicanas das antigas, como Sara Montiel e Rebeca Iturbide.
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No sábado em que estive na praça, o baile tinha sido organizado em prol das mães solteiras vítimas de violência doméstica. A entrada no evento era gratuita, porém os organizadores pediram doações de roupas e alimentos para ajudar os necessitados. As doações eram deixadas do lado do palco – logo abaixo dos pés dos músicos. Um negócio bem comunitário mesmo.
A Plaza de la Ciudadela é realmente um caldeirão de classes sociais. Um lugar onde pessoas de todos os tipos e cantos da cidade se juntam semanalmente para manter viva a tradição do danzón. Não importa se você venha de um bairro chique no norte ou das favelas do leste – o danzón é para todo mundo que ama a música.
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Tradução: Marina Schnoor