“O importante é coexistir.” É o que nos diz o produtor gaúcho de Porto Alegre Castelan. Para ele, o mercado de música eletrônica no Brasil ainda está “engatinhando”: “Aqui o ouvinte ainda é muito acomodado no mainstream”, diz. “Não só com a música eletrônica, mas num geral as pessoas consomem o que o rádio, a televisão ou as redes sociais despejam pra elas, só que isso cansa, é repetitivo.”
Ainda assim, Castelan parece não se importar com a recepção do grande mercado da música e segue fazendo o seu próprio som, à sua própria maneira. E foi do zero, inclusive, que o produtor decidiu produzir Terceiro, seu novo EP que sucede o Uma Data. “Durante a tour do Fillipe Queiroz me levaram o notebook com todos os trabalhos e não consegui recuperar tudo,” conta.
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Nesse de reconstrução, Castelan disponibilizou no seu SoundCloud nesta quinta (23) as três faixas do novo trampo assinadas pelo selo NAS. “Tenho curtido o .disfnk, Ben Jamin, Tom Misch e o monstro dos beats, Rascal”, diz ele sobre as referências que o ajudaram a produzir o som.
A arte do EP foi feita pelo artista gráfico Rafael Chaves — que também tem um EP lançado pelo NAS, o Beautiful Sunrise.
“Slowly”, a track que abre o EP, tem uma vibe mais calma, chill out. A segunda, “Circuit Bending” aposta nas frequências mais graves e “Nova Mamoré” tem um beat mais pesado, no estilo do boom bap, mas sempre com o toque pessoal do artista.
O NAS, selo cujo trampo está calcado no tripé música, arte e criatividade, agora está com novos projetos de ocupar a galeria Galpon e movimentar a cena artística de Porto Alegre. “O contato com o selo surgiu através do Raoni Moretto, fundador do selo e então colega de faculdade”, diz Catelan. “Hoje somos em quatro artistas (Duz, Fillipe Queiroz e Vinolimbo) e mais dois fundadores, que formam a nossa banca. Ali dentro todo mundo dá pitaco no trabalho de todo mundo e ninguém pega mal com nenhuma ideia ou opinião,” arremata o produtor.
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