“Sabes o que é estranho meu? O pessoal adora ser cordial mas, no fim do dia, estamos todos a comprar armas para nos destruirmos uns aos outros. Eu não quero parecer liberal ou assim mas isto parece uma patetice. Esta merda mata pessoas!” O choque, é que o gajo que disse isto não era um hippie anti-guerra que tinha acabado de mandar um ácido. Era um sargento da marinha com quase dois metros e que tinha recentemente voltado de duas viagens no Afeganistão.
Nós os dois éramos participantes na exibição das operações especiais — SOFEX na Jordânia. Esta reacção explosiva deu-se quando este sargento chegou salão de exibições do evento. O que pudemos ver foi um mar de ecrãs e quiosques com marcas de equipamento bélico, misseis, metralhadoras, tanques e bombas expostos como se fossem carros de luxo do ano que vem. Ainda mais estranho, o maior patrocinador da exposição eram os EUA. A SOFEX acontece a cada dois anos em Amman e é basicamente um sonho do rei da Jordânia, Abdullah II, que tem especial fascínio por operações especiais e exposições de artilharia. Durante uma semana, mais de 12 mil pessoas vagueiam por cerca de 30 balcões espalhados pelo deserto, com cerca de 300 vendedores. A atmosfera era misteriosa mas leve: basicamente, trata-se de um feira gigante onde empresas americanas como a Northtrop Grumman, Boeing e General Dynamics vendem armas a qualquer um que as possa pagar.