Protesto contra reforma da Previdência em SP tem bala de borracha e bomba

Servidores municipais foram tirados com spray de pimenta e cassetetes de dentro da Câmara dos Vereadores, região central da Capital, no início da tarde desta terça-feira (14), após entrarem no prédio para tentar acompanhar os trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça, que analisa a possibilidade do aumento da contribuição dos funcionários de 11% para 14%, mudando o regime previdenciário dos servidores municipais. Alguns dos trabalhadores da prefeitura acampam desde a noite de terça (13) em frente ao prédio.

Após a ação de dispersão interna, promovida pela Guarda Civil Metropolitana (GCM), a Policia Militar jogou bombas – de gás lacrimogênio e efeito moral – além de atirar balas de borracha contra os manifestantes, que se dispersaram. Algumas pessoas passaram mal. A PM também bloqueou as ruas que dão acesso ao prédio do Legislativo municipal. A VICE apurou que alguns funcionários públicos revidaram às agressões da polícia com garrafas e pedras.

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Foto: Jardiel Carvalho/R.U.A Foto Coletivo

Segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Simprem), cerca de 15 mil servidores estavam em frente à Câmara. O vice-presidente do sindicato, José Donizete Fernandes, teria se ferido por conta de uma bomba e foi socorrido. Segundo a entidade, até a conclusão desta matéria, ele permanecia em observação.

Uma terapeuta ocupacional, que trabalha há 32 anos na prefeitura, afirmou que todos os servidores querem que o projeto defendido pelo prefeito João Doria (PSDB) seja retirado da pauta de votação. “O prefeito diz que a questão agora é uma ‘causa própria’ (as mudanças previdenciárias). Depois que ele soube que vai concorrer ao governo do estado, o poder parece que subiu ainda mais na cabeça dele. Apesar da grande mídia falar que os protestos são dos professores, saibam que todos os servidores, de todas as secretarias, apoiam o movimento e não querem a aprovação das mudanças”.

Foto: Jardiel Carvalho/R.U.A Foto Coletivo

O maior receio dos funcionários públicos, de acordo com uma psicóloga que atua há 35 anos no governo municipal, é a de que as aposentadorias dos profissionais fiquem nas mãos de bancos. “Não teremos nenhuma garantia caso, por exemplo, um banco que cuida da previdência declarar falência.”

O Sindicato dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo (Aprofem) argumenta que o prefeito “castiga injustamente” a categoria, por atribuir aos funcionários públicos a culpa por “eventuais desmandos e incompetências de prefeitos (as) anteriores a responsabilidade pela cobertura de alegados débitos”, isso vai provocar, ainda segundo a entidade, “uma imediata redução nominal de cerca de 5% no salário líquido do servidor e do pensionista”.

Foto: Jardiel Carvalho/R.U.A Foto Coletivo

Para esta quinta-feira (15), entidades ligadas ao funcionalismo público prometem parar 100% das escolas municipais, além de outros serviços.

A gestão Doria foi questionada sobre o protesto, mas não se manifestou até a conclusão desta matéria.

Foto: Jardiel Carvalho/R.U.A Foto Coletivo
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