Sexo

“Covid-69”. O pináculo do cibersexo é agora?

As “quecas” virtuais ganham um renovado vigor com o isolamento. Este texto não é só para solteiros.
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“Adoro despir-me e ter orgasmos no 25 de Abril”. (Legenda fictícia da série True Detective com Alexandra Daddario. Cortesia HBO)

A pergunta de um milhão de preservativos. Como viver o sexo em tempos de distanciamento social?

Com a facilidade em aceder a pornografia na rede, estás sempre a um click de saborear aquele vídeo kinky que nem tu sabias que adoravas. Há, por isso, um facto que ninguém pode escamotear quando a masturbação nos chama: a internet é a “loja de doces” onde se encontra todo o tipo de sabores e fetiches carnais. Resistir é difícil, a não ser que percas a cabeça e avances para uma aposta arrojada entre os teus amigos, como se viu em Seinfeld. Achas que consegues não “tocar ao bicho” até ao fim do Estado de Emergência?

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Num ano em que o medo assaltou o nosso bem-estar colectivo, que brotaram mais hipocondríacos e a agorafobia ganha novos índices, as escapadelas virtuais tornaram-se o “Ferrari” para quem o “sexo a dois” via webcam é sempre mais prazeroso de que praticar a solo.

Sabendo, por exemplo, que os espaços de divertimento nocturno ou os festivais de música são dos que mais sofrem com as medidas anti-aglomeração, pode 2020 significar o auge do cibersexo?

Numa recente notícia veiculada pelo The Sun, a procura por estímulos virtuais aumentou exponencialmente devido ao novo Coronavírus. A publicação britânica relata mesmo que, em 48 horas, cerca de quatro mil utilizadores abriram conta numa plataforma digital específica para “cybersex”. A tusa por jogos eróticos com os outros a quanto obriga…

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Por mais que o mundo mude, o apetite sexual permanecerá intacto. (Cortesia instagram de nolo_sanchesky)

Ao contrário dos namorados que residem em moradas diferentes, quem é casado ou partilha o lar com a parceira parece ter a intimidade facilitada - ainda é melhor se o casal tiver uma relação aberta. Todavia, como fazer se o vínculo estiver nas ruas da amargura (e a libido apática)? E se as desculpas rarearem e qualquer um deles não tiver a oportunidade de ir ao encontro de um eventual romance extra-conjugal?

Ora, a compensação pode ser o sexting ou o envio de nudes. Se o desejo pedir por mais, imagino que haja quem espere pela saída do outro para consumar a “facadinhalive and direct (alguém tem de pôr a máscara e adquirir comida e afins, certo?). É isso ou trancar-se na casa de banho, abrir a câmara para o amante e exercitar “gemidos silenciosos” para não dar bandeira. Especialmente quando há filhos por perto.

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Em síntese, entre a vontade de praticar o coito for real e a ajuda marota da tecnologia, o Covid-19 origina “quecas colaterais” e transforma-se em "Covid-69" - se preferires, em " Corona-Cowgirl" ou numa " Quarantine quickie".

E tu? O que utilizas para fantasiar “o amor”? WhatsApp, Skype ou Zoom?

Nota final: Se fores alvo de violência doméstica ou souberes quem o seja, por favor entra em contacto com a APAV (Apoio à Vítima) através do número 116 006. A chamada é gratuita e a linha é acessível nos dias úteis, entre as 9 e as 21h00.


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