Música

Uma lista de comentários xenófobos e preconceituosos em geral sobre “Sulicídio”

Menos de 48 horas após o lançamento de “Sulicídio”, do pernambucano Diomedes Chinaski e do baiano Baco, e já pipocaram na internet declarações dos mais diversos teores sobre a faixa, umas apoiando, outras marginalizando o rap nordestino com base numa faixa que é um grito contra a detração dos artistas nordestinos no rap. Contradições à parte, o som rapidamente entrou pro ról de assuntos do ano no microcosmo do hip-hop nacional e, como é de costume em assuntos mais comentados da internet brasileira, sobraram declarações xenófobas, homofóbicas e racistas visando ofender os artistas — dessa vez por parte dos fãs de rap brasileiro.

Como os próprios músicos comentaram em entrevista concedida ao portal RND, é notória a dificuldade de alguns em aceitar o sotaque nordestino — as diferenças de gírias e o próprio fato de que eles vivem em uma cultura radicalmente diferente da do Sudeste. Sobre os horrorosos comentários, o Baco acrescentou: “Só provam o quanto o som foi importante e fez vários preconceituosos aparecerem. [O som] mostrou, inclusive, que o público de rap, além de machista e preconceituoso, é xenofóbico. Sei que alguém vai pensar que atacamos primeiro, mas entendam que há décadas comentários como esses são usados pra diminuir meu povo. Esse som é pra todo nordestino se auto afirmar, e esse é o primeiro passo. Aos nordestinos que estão falando que fechamos portas, eu pergunto se algum dia elas estiveram abertas. Tentem entender a importância desse som: esqueça seu rapper favorito por um segundo e olhe pro Nordeste.”

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Pois bem, siga o apelo do Baco. Esqueça seu rapper favorito por um segundo e use os comentários como um lembrete de que, 30 anos depois, a luta por justiça social do hip hop tá dando ruim demais — ou apenas começando:

Teve MC despirocando em ideias tortas que vamos classificar aqui de “xenofobia reversa”:

E vários comentários muito desinformados (lembrando que foi o Sudeste a enfrentar recentes crises de abastecimento de água) e de preconceito estereotipado sobre falta de água no sertão:

Se o assunto é rap, não podia faltar homofobia também:

Ou as corajosas ameaças de morte pela internet: