Música

A The Year Quer Ser a Casa da Nova Música Eletrônica de São Paulo

No topo, Eric Neumann e César Braga, nomes por trás da The Year.

Parece que o jogo virou: depois de explorarem as ruas e espaços públicos de São Paulo, os DJs e produtores da cidade começam a fazer o caminho de volta para as cabines dos clubes. E se a oferta de espaços menores e undergrounds é bem variada, agora começam a surgir locais que resgatam a opulência dos anos 80 e 90. Um deles é o The Year, que abre quarta (14) no bairro da Vila Leopoldina, com a presença de um dos figuras chaves do house de Chicago, Roy Davis Jr.

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Todas as fotos por Felipe Larozza.

A premiere é fechada para vips, mas não tema, a partir de sábado já dá para conhecer a nova pista de São Paulo na Lampe, noite com discotecagem de Paulo Tessuto, Davis, Fractal Mood e Márcio Vermelho — nomes por trás de festas como Carlos Capslock e ODD. A ideia por trás da The Year é justamente aglutinar a turma da nova musica eletrônica paulista e transformar o espaço da balada numa casa para esse pessoal.

Para isso, a estratégia é criar uma programação ampla baseada em residências de nomes conhecidos da noite. Todas as terças, o lance é hip-hop e batidas do futuro com a Chocolate. De quinta à sábado, as festas se alternam em um cronograma mensal, comandadas por gente da Uivo Records, como o live set do grassmass a já citada Lampe, Gui Boratto, entre outros mais.

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“É uma casa de médio porte, que por um lado traz um ambiente agradável para o público e faz a galera sofrer na hora de ir embora, e por outro oferece uma estrutura legal para os artistas, além de um espaço para experimentar e poder tocar o que quiser, sem ter que se prender a essa ou aquele estilo”, explica Eric Neumann, figura conhecida da night e responsável por fazer a conexão entre a curadoria artística, produção, marketing e direção do The Year.

Entre os atrativos para as duas partes dessa equação, está um Funktion one, hors concours quando o assunto é sistema som e que faz a The Year ter “o melhor soundsystem do Brasil”, como afirma César Braga, sócio do clube. César tem experiência no ramo: entre 1984 e 2009, administrou ao lado do pai, Raimundo Braga, a Rhapsody, casa que fez história em Osasco e fez muita gente sair do Centro à cidade da grande São Paulo.

“Hoje, isso não se repetiria, mas ainda assim queria continuar na Zona Oeste. Então escolhi a Vila Leopoldina por ser um bairro que tem ganhado um ar criativo, com a abertura de agências, restaurantes e estúdios”, conta César, sobre a escolha do endereço no número 1167, da rua Mergentaller, próximo ao endereço onde um dia ficou a Pacha.

ESTRUTURA

Dois anos de obras e “alguns milhões” de investimento depois, o The Year tem capacidade para 800 pessoas em duas pistas – uma delas, apelidada The Yard, parece um jardim de inverno com direito a teto retrátil. O projeto arquitetônico é de Guto Requena, que também desenhou a Hot Hot e a Disco Club.

Entre as ideias concebidas por Guto está uma espécie de gaiola de iluminação da pista principal, uma estrutura metálica com 1.200 pontos de LED equipados com sensores para reagir aos movimentos da pista e do DJ. A cereja do bolo fica no meio da estrutura: um equipamento de iluminação reminiscente do Rhapsody e sucesso nos anos 80, o Alien – talvez o último no Brasil.

“Mas do que ser só um receptor de estímulos visuais, a gaiola permite ao público interagir e participar da experiência”, diz Eric. “A nossa gaiola liberta.”

The Year @Rua Mergentaller, 1167, Vila Leopoldina. São Paulo. O clube estará aberto ao público a partir do sábado (17). Mais informações no Facebook.