O Panamá declarou feriado nacional após conquistar vaga na Copa do Mundo

Foi dramático, foi histórico, foi bonito. Serviu até, dizem, como propaganda anti-imperialista.

A seleção do Panamá conseguiu ontem à noite, nos últimos minutos de jogo, o feito inédito de garantir vaga na Copa do Mundo da Rússia 2018. Venceu a Costa Rica por 2 a 1 e se classificou em terceiro lugar. De quebra, para alegria de Putin, os panamenhos eliminaram os sempre favoritos das Eliminatórias da América do Norte e Central, Estados Unidos, que amargaram a quinta colocação.

A empolgação do país inteiro do Panamá — cuja população, vale lembrar, numa comparação linguístico-aleatória, não chega a metade da do Paraná (4 milhões no país, 11 milhões no estado brasileiro) — conquistou o mundo ocidental na manhã seguinte.

Nas transmissões televisivas do país, é possível ver narradores prestes a infartar, torcedores ensandecidos, jogadores sem camisa, gandulas em transe, o estádio tremendo, as câmeras largadas, lágrimas, sucos e chopes ao alto, enfim, uma coisa muito maluca e bonita do tipo que só o futebol pode trazer.

Num dos episódios mais icônicos foi quando, no finalzinho, já com o jogo nas mãos, um jogador saiu do banco de reservas para simplesmente isolar de bico a bola que seria reposta pelos adversários. O cidadão obviamente tomará gancho suspensivo, mas quem se importa com isso quando sua seleção, que não é nem metade do Paraná, vai para a Copa?

O orgulho nacional no Panamá foi tamanho que os caras decidiram decretar feriado nacional. Empolgadaço após o jogo, o presidente do país Juan Carlos Varela foi ao palanque do Twitter e falou que o dia seria livre para os trabalhadores do setor público e privado. Depois, pressionado pela criançada, declarou que os estudantes também não precisavam estudar nessa quarta-feira.

O pessoal deve ter pensado que o Varela tava meio chumbadaço de álcool e se arrependeria na manhã seguinte, mas o cara postou, no mesmo Twitter, a foto dele penteadinho e sem ressaca, assinando o decreto. Populismo e Panama Papers à parte, a medida fez sucesso entre a população do país que, vale ressaltar, vai até que bem das pernas no quesito economia.

Nesse momento em que você lê a notícia, aliás, o pessoal tá na praia, com aqueles drinks de guarda-chuvinha, de roupa de banho, gritando coisas que ninguém entende mas todo mundo se abraça porque, não sei se deixamos claro, o Panamá, que não é nem metade do Paraná, se classificou para uma Copa do Mundo!