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Luiza Lian dá inicio ao fim de um ciclo com "Azul Moderno"

A faixa é o primeiro single do disco homônimo que a cantora paulistana vai lançar neste mês pelo selo RISCO.

Um astronauta cai num planeta por acaso, navega pelos rios do mundo desconhecido e descobre uma ancestralidade que ele não imaginava que existia. Esse encontro e dicotomia entre passado e futuro, tradição e modernidade, funciona mais uma vez como espinha dorsal do trabalho de Luiza Lian, que já brincou com questões temporais em seu disco de 2017, Oyá Tempo. Dessa vez, Luiza retorna com o clipe de "Azul Moderno", primeiro single do álbum homônimo que será lançado pelo selo RISCO ao fim de setembro e que você ouve exclusivamente no Noisey.

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A sonoridade dessa primeira faixa, porém, é bem diferente do que Oyá apresentou. Sem os beats modernos e a palavra falada que lhe rendeu rótulos que foram de trip-hop a vaporwave, Luiza trabalha com uma introdução atmosférica e um refrão cantado que desemboca num violão meio Jorge Ben, um som meio Vanessa da Mata.

O trabalho com o produtor Charles Tixier, que produziu o disco anterior, permanece em Azul Moderno, dessa vez numa parceria com o líder d'O Terno Tim Bernardes. "Ele começou a ser pensado antes como um disco acústico que seria misturado a sintetizadores, mas no meio da viagem percebemos que tinha que ser um processo mais radical de desconstrução, não apenas tentar misturar nos arranjos as duas linguagens e o estilo dos dois produtores", fala Luiza ao Noisey. O jeito foi levantar um disco completo com Tim e entregar o material ao Charles para que ele pudesse desconstruir e samplear o que foi feito. "Destruir tudo para fazer um 'remix' de um disco que nunca foi lançado."

Para Luiza, porém, Azul Moderno e Oyá, assim como seu primeiro disco, Luiza Lian, ainda carregam muitas similaridades por terem sido feitos paralelamente uns aos outros. "Eu diria que [Azul Moderno] é um encerramento desse ciclo de três discos, que se conectam e foram feitos mesmo dessa forma não muito linear", diz. "Azul Moderno", a música, surgiu ao fim de 2015 inspirada pela compositora acreana Maria Damião e foi uma das primeiras faixas que Luiza compôs no violão. A partir dela, o álbum foi tomando forma.

O clipe foi feito em parceria com a produtora Filmes da Diaba, que também produziu o álbum visual de Oyá, e foi gravado numa cidade submersa na divisa de Minas Gerais e São Paulo. Luiza, que nunca tinha mergulhado antes, mergulhou a 10 metros de profundidade e subiu em apneia. "Não aparece o trajeto inteiro no clipe, mas foi uma experiência bem louca e assustadora da minha vida", fala.

Assista ao clipe de "Azul Moderno" acima. Azul Moderno, o disco, será lançado no dia 28 de setembro pelo selo RISCO.

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