A malta de Angola faz do Death Metal um acto de rebelião

Death Metal Angola

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VICE: Olá, Jeremy. Huambo parece estar destruída no teu filme. Há alguma coisa que ainda valha a pena ser salva?
Jeremy:  A maioria dos projectos de reconstrução, são feitos em Luanda. Eles estão a tentar transformar aquilo em algo parecido com Miami Beach. Huambo sofreu mais que todas as outras cidades mas não tem o mesmo investimento. Agora já estão a começar a reconstruir as antigas construções portuguesas, mas estava mesmo tudo lixado. É uma pena. Antigamente, era uma cidade linda. Como é o relacionamento dos angolanos com a Internet? Imagino que foi isso que tornou a cena do Metal possível.
Então qual foi a solução? A mim parece-me que o Death Metal Angola parece-se muito com Heavy Metal em Baghdad, concordas
? Sim, a melhor parte até nem tem tanto a ver com o Metal. Parece mais interesse perceber como as pessoas estão a tentar reconstruir qualquer tipo de cultura, num sítio onde a cultura foi completamente erradicada.


Já tinhas estado em África antes?
Em Last Train To Zona Verde, Paul Theroux fala como a maioria dos americanos negros — os descendentes dos escravos — são descendentes de Angola — durante muito tempo, Angola foi o coração do mercado da escravatura. Que achas disso? Tu estás a usar o RocketHub para financiar um projecto que tem como objectivo levar as bandas de Death Metal de Angola para uma tour em varias cidades dos EUA como Detroit, Cleveland, Baltimore, Indiana, etc. Quem tem esta malta a ver com Detroit? Mas o Hip Hop ganhou esta batalha — é a linguagem mainstream dos EUA. O Metal parece um estilo adoptado por pessoal diferente.