Se já viste por aí a hashtag #marvilaisthenewlisbon, fica desde já a saber que fui eu que inventei. Ou pelo menos foi isso que me pareceu depois de meia dúzia de #cervejasartesanais no #lisbonbeerdistrict, em plena #oktoberfesta, que, no sábado, 14 de Outubro, coincidiu com a inauguração da #mostraposter. Marvila está na frente da corrida para vir a ser uma das zonas mais #hot de #lisboa nos próximos tempos? Seguramente. Aliás, se calhar até já é. No último fim-de-semana foi de certeza.
E não nos deixemos enganar pela quantidade de hashtags acima, que a coisa até pode parecer o sonho molhado de qualquer hipster que se preze (ainda os há?), mas, na verdade, o que ali se passa são coisas a acontecer. Coisas mesmo e não apenas fogo de vista para encher timelines de Instagram e Facebook. Cultura, integração cultural, revitalização sem apropriação, programar sem interferir, chamar todos, os que lá estão há 50 anos e os que lá chegaram agora atrás dos barracões vazios, dos espaços genuínos, ancorados numa ideia de criar a o futuro, do design às artes plásticas, da produção cinematográfica, às startups de cenas que quase nunca conseguimos perceber bem, dos hubs criativos à implementação de um destino cervejeiro de excepção (para já com a Musa, a Dois Corvos e a Lince).
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Bruno Pereira, o homem por detrás da mostra POSTER, percebe bem a multidisciplinariedade desta zona lisboeta votada durante anos a uma espécie de esquecimento pós-Expo 98. Por estes dias e até 14 de Novembro, Marvila está transformada numa galeria a céu aberto. De posters nas paredes. Grandes, mas que até parecem pequenos tal a dimensão das “telas” em que se colam, como faz questão de salientar Bruno, durante a visita de antecipação que fez com a imprensa na sexta-feira, 13. Para o ano poderão ser ainda maiores.
A rua é o “ambiente nativo” da mostra POSTER. Arte e palavra, fotografia, desenho, ilustração e mix media, com o poster como meio para nos chegar a nós. A organização explica: “A mostra é como uma homenagem a um dos mais poderosos meios de comunicação de sempre. Foi o primeiro meio em que a arte e publicidade se uniram em simbiose. Usados para vender de tudo, de sabonetes a ideais. Mudaram o Mundo e mudaram a forma como o Mundo comunica. Criaram guerras, criaram heróis, e criaram a possibilidade de qualquer um forrar as suas paredes com um pedaço da história. História da qual, Lisboa, fará agora parte”.
As paredes industriais de Marvila, com a Rua Capitão Leitão como uma espécie de ponto fulcral à volta da qual tudo gira, mostram-nos agora trabalhos de 25 artistas, 20 convidados e cinco escolhidos através de uma open call. De Sérgio Godinho à designer Jessica Walsh, do músico e ilustrador Pedro Lourenço aos israelitas Broken Fingaz Crew, da artista e escritora Cláudia R. Sampaio, aos arquitectos do colectivo Warehouse, a vontade de caminhar por Marvila à descoberta destes pedaços de narrativa semi efémera é inevitável.
Vai, entra nos sítios, descobre uma Lisboa que se calhar desconhecias, vazia, mas cheia de alma e tenta não ceder à tentação de levares um destes posters para casa. É que, apesar de poderem ser repostos, aquilo ainda dá uma trabalheira do caraças a imprimir.
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